quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Verde teimoso




Existe um verde clandestino e teimoso que envergonha os Lisboetas, mas sem o qual a vida na cidade perderia algum sentido. Apercebo-me da sua teimosia e impetuosidade ao reparar nas traseiras dos prédios de Lisboa, árvores nascidas ao acaso, heras, chagas, couves-galegas, malvas silvestres, aloés floridos.... E os muros... Os muros, tentando, sem nenhum sucesso, esconder este verde desconfortável que nos invade. Um verde descontrolado, que nos transporta para momentos de pura contemplação e prazer, outros ritmos, outras vidas.... Que nos fariam mais felizes.
Porque um verde assim teimoso é proibido, pretendem alguns senhores acabar com ele para construir parques de estacionamento. Enquanto isso não acontece, o verde teimoso continua,  clandestino, escondido nas traseiras da cidade.

3 comentários:

  1. Eu alinhava numa revolução do verde sobre o alcatrão e o betão.
    Usávamos como armas, sementes e plantas acabadas de germinar, chegava. Com a ajuda do tempo que tem feito é ver o verde aí a espraiar-se, a dizer que o Homem é muito parvo, melhor, estúpido que nem um calhau. Sei lá, se calhar uma pedra ainda será mais inteligente que o bicho Homem.
    Boa e original abordagem da necessidade de se preservar o verde mesmo nas cidades...
    VERDE...VERDE...VERDE...
    António

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  2. Não chegará entretanto a moda das hortas urbanas a Lisboa? E o verde proibido transforma-se em verde desejado. (Sonhar não custa!)

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  3. Gostei muito desse conceito...um teimoso como eu será sempre compreensivo para com a teimosia alheia...sobretudo com aquela que é "verde"!

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