quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
Flores-de-jade para os dias pequenos
Crassula ovata
Confesso que não sou grande admiradora das chamadas suculentas. Acho que esta embirração é mais uma snobeira minha, vá-se lá tentar explicar estas coisas que servem apenas para nos tornar ainda mais insensíveis... Adiante.
Quando uma tremenda tempestade deixa o meu jardim de pernas para o ar - leia-se: totalmente destruído - resta-me ficar grata à capacidade de sobrevivência das plantas mais resistentes e quando no meio da desolação as únicas plantas que conseguem manter a dignidade - leia-se: flores - são mesmo as suculentas, tenho de lhes tirar o chapéu e dar graças a quem se lembrou de as plantar enquanto eu andava ocupada com as minhas florezinhas de estufa que neste momento, já eram...
Entre as corajosas sobreviventes, destacam-se as Flores-de-Jade que, competentemente, no meio das ruínas, cumprem um estrondoso florir. A Crassula ovata é uma planta muito fácil de cultivar, reproduzir e cuidar. É muito comum e talvez por isso um bocadinho maçadora e pouco valorizada. No entanto tem uma particularidade que faz dela uma planta especial: Floresce nos dias mais pequenos e mais frios do ano, quando quase nenhuma outra flor o faz. É planta para salvar um Inverno tempestuoso, e nem que seja só por isso, prometo que as vou começar a levar mais a sério.
segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
Conselhos inúteis
Não é um roubo retirares da paisagem
uma andorinha ou uma cadeira, mas não é simpático.
Daí a considerares o que digo um convite à imobilidade,
parece-me exagero.
Move-te, sim, mas acrescentando
coisas e assuntos à paisagem onde entras. Eis só.
Gonçalo M. Tavares
quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
domingo, 20 de dezembro de 2009
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
Perguntas que eu gostava de fazer ao Vereador Sá Fernandes
Dos 12 000 funcionários da CML (dados de 2007) quantos são jardineiros especializados? Quantos gostariam de ser, se lhes fosse dada a oportunidade?
Porque é que a CML contrata sistematicamente, serviços de jardinagem a empresas (nem sempre com qualidade) fora da autarquia?
A escola de jardinagem da Quinta Conde de Arcos tem todas as condições necessárias para formar jardineiros especializados?
Porque é que a CML contrata sistematicamente, serviços de jardinagem a empresas (nem sempre com qualidade) fora da autarquia?
A escola de jardinagem da Quinta Conde de Arcos tem todas as condições necessárias para formar jardineiros especializados?
O auto-elogio não lhe fica nada bem Sr. Vereador
Tenho acompanhado em silêncio toda a actividade em torno do Jardim França Borges (Príncipe Real). Todas as coisas que têm dito: algumas acertadas, a maioria sem razão.
Blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá.....
Sá Fernandes por ele próprio aqui
Nós afinal o que queriamos saber era, simplesmente, o que é que se vai passar no Jardim do Príncipe Real.
Blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá, blá.....
Sá Fernandes por ele próprio aqui
Nós afinal o que queriamos saber era, simplesmente, o que é que se vai passar no Jardim do Príncipe Real.
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
O Jardineiro
Só colhia as rosas ao anoitecer porque durante o sono elas não sentiam o aço frio da tesoura. Uma noite ele sonhou que cortava as hastes de manhã, em pleno sol, as rosas despertas e gritando e sangrando na altura do corte das cabeças decepadas. Quando ele acordou, viu que estava com as mãos sujas de sangue.
Lygia Fagundes Telles.
Joaquim Rodrigo
Aluenda - Tordesilhas (1976)
Vallauris-Perthus (1969) (Museu colecção Berardo)
Joaquim Rodrigo (1912-1997) foi um dos mais originais e excepcionais pintores portugueses de todos os tempos. Um daqueles raros artistas cuja obra se vai reinventando, valorizando e entendendo sempre mais com o passar do tempo.
Este homem fora de série, foi o Engenheiro Silvicultor responsável pela arborização do Parque de Monsanto e pela sua manutenção e acompanhamento durante cerca de 30 anos. Se a sua obra artística é importante e única, esta não é menos: Transformar 50 hectares de terras agrícolas desgastadas e de pouca qualidade numa mata cheia de árvores e de vida, é obra. Imagino que Joaquim Rodrigo acreditava que as árvores que plantou iam um dia ser veneráveis, mas infelizmente não é isso que acontece, notícias como estas, de que em poucos dias foram abatidas no Parque de Monsanto centenas de árvores, deixam-me em estado de choque.
Correndo o risco de me estar a repetir, volto a dizer que uma árvore é uma homenagem viva a quem a pensou, semeou e cuidou, as árvores do Parque de Monsanto eram uma homenagem ao grande homem que foi Joaquim Rodrigo. Como é a sua obra artística, mas essa felizmente é eterna.
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
Do lugar onde a natureza é generosa e as árvores são tratadas pelos nomes
Mangifera indica . Anacardiaceae
As casa são pequenas, muito pequenas, têm chão de terra batida, uma porta e uma - ou nenhuma - janela; às vezes não chegam a ser rebocadas e ficam os tijolos à vista, outras são pintadas sem medos com cores berrantes; todas têm uma soleira, um ou dois degraus junto à porta, onde descansa quase sempre alguém; todas têm alma e gente, muita gente; todas têm uma árvore grande, muito grande e generosa.
E a certa altura uma menina com uns olhos muito grandes, que sentada na soleira da casa em frente me viu a fotografar esta árvore, mandou lá de cima dos seus oito anos : "Não quero que você tire mais fotos à Mangueira da minha avó!" eu entendi, aquela Mangueira era parte da família dela e motivo de orgulho. Pela mesma razão nunca tiro fotografias a pessoas sem lhes pedir autorização.
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
Quadras ao Gosto Popular
"A quadra é um vaso de flores que o Povo põe à janela da sua alma. Da órbita triste do vaso escuro a graça exilada das flores atreve o seu olhar de alegria. Quem faz quadras portuguesas comunga a alma do povo, humildemente de todos nós e errante dentro de si próprio. Ser intensamente patriótico é, primeiro, valorizar em nós o indivíduo que somos, e fazer o possível por que se valorizem os nossos compatriotas, para que assim a Nação que é a suma viva dos indivíduos que a compõem, e não o amontoado de pedras e areia que compõem o seu território, ou a coleção de palavras separadas ou ligadas de que forma o seu léxico ou a sua gramática - possa orgulhar-se de nós que, porque ela nos criou, somos seus filhos, e seus pais, porque a vamos criando."
Dizem que as flores são todas
Palavras que a terra diz.
Não me falas: incomodas.
Falas: sou menos feliz
Fernando Pessoa
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
domingo, 6 de dezembro de 2009
As Olaias e os homens
sábado, 5 de dezembro de 2009
Grande ideia
Em Lisboa, no topo da Rua do Monte Olivete, em frente ao complexo dos Museus da Politécnica. Vai nascer um espaço dedicado ao mundo natural, seu conhecimento e descoberta. Nós vamos acompanhando tudo aqui.
Mudar o mundo não é para mim
Martelo da Wonder
Às vezes tenho a sensação de que ando aqui a falar para as paredes, não que isso seja desagradável, nunca tive pretensão nem vocação para ter uma audiência e quase tudo o que digo é de mim para mim. Mas em tempos de tempestades, injustiças e espírito revoltado: gostava de saber argumentar, convencer, gostava de conseguir gritar muito alto para que todos me ouvissem, é um sonho, é, e felizmente passa-me logo. Não vou conseguir mudar o mundo, lamento!
Numa conversa sobre margaridas
- Qual foi a primeira flor a ser descoberta?
- Não foram os homens que descobriram as flores, foram as flores que descobriram os homens.
- Não foram os homens que descobriram as flores, foram as flores que descobriram os homens.
Coisas importantes e urgências
Montanoa hibiscifolia
É urgente ver a árvore das margaridas a florir no Jardim da Estrela...
É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.
É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente permanecer.
Eugénio de Andrade
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
Assim não dá!
Uma das árvores que foi poupada - ou será que está só à espera de ser abatida? - levou com este tratamento humilhante, era uma árvore bonita, saudável e com uma grande copa que aparentemente não estava a interferir com nada nem ninguém (curiosamente os ramos mais cortados foram os que davam para o jardim e não os que ficam sobre a rua), foi podada desta forma simplesmente horrorosa.
Assim não dá! Depois vem o vereador queixar-se dos ramos muito finos e frágeis que podem cair com uma rabanada de vento.
Abate de árvores (algumas doentes, outras nem por isso) na Estrela
O aviso que pode ser visto no local, não refere o abate de árvores apenas podas, a verdade é que (hoje) só restam dois lódãos deste alinhamento(que ainda pode ser visto no mapa por actualizar em cima). Não faço a mínima ideia se vão ser abatidas as árvores que restam... Neste como noutros casos, o mais grave é a prepotência e irresponsabilidade da Câmara de Lisboa.
Fotografias tiradas hoje, mesmo ao lado da residência oficial do Primeiro Ministro (R. da Imprensa à Estrela)
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
Ainda o Príncipe Real, vá!
Convém não esquecer que o património que se quer "requalificado" (a palavra devia ser restaurado) é um Jardim Romântico.
Quem nos garante que não vão ser abatidas mais árvores no Jardim do Príncipe Real?
Fotografia de Leonor Areal onde se podem ver as árvores abatidas perto do lago
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
A Tília da minha vida
Se tivesse de escolher a minha árvore preferida, calculo que não era capaz, mas não tenho dúvidas que pensaria nesta pela qual tenho - por muitas inconfessáveis razões - um carinho especial. Gostava de poder contar com ela para toda a minha vida. Será pedir muito? (que não abatam as árvores das nossas vidas)








































