O nome já é coisa
Tilia tomentosa
Para um escritor, talvez a questão não seja tanto conhecer as árvores mas conhecer-lhes o nome. Há aquela história que se conta sobre Eugénio de Andrade. Que o poeta, estando um dia de visita a uma biblioteca pública algures, se detém junto de uma jarra de flores belíssimas. “Como se chamam?”, terá perguntado. Ao que a bibliotecária, com a suave fleuma de que só os grandes leitores são capazes, responde, “Frésias. Os seus poemas estão cheios delas”. Não sei se a história é verídica, mas é útil para esta conversa sobre nomes e coisas e o que se passa aí pelo meio. Para o poeta, o nome é já a coisa.
Jacinto Lucas Pires
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