sexta-feira, 31 de outubro de 2014

A poesia vai acabar


A poesia vai acabar, os poetas
vão ser colocados em lugares mais úteis.
Por exemplo, observadores de pássaros
(enquanto os pássaros não acabarem)
(...)

Manuel António Pina .  em "Ainda não é o Fim nem o Princípio do Mundo. Calma é Apenas um Pouco Tarde"

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Um lugar


(...)
Pelas imagens 
entramos em diálogo 
com o indizível

Ana Hatherly . do poema "O que é o espaço"

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Da fé

I have great faith in a seed. Convince me that you have a seed there, and I am prepared to expect wonders.

Thoreau

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Pouca coisa

Tulbaghia violacea

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Quando os prados inspiram

Os fardos de palha de Mickael Beutler estão em Paris

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

O óbvio

As memórias são interpretações do passado.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Bom é brincar no jardim aos 100 anos.

Manoel de Oliveira . em "Agnès de ci de là Varda"

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Quem não pode ir a Londres...

Vê o cartaz da Frieze que este ano é lindo de morrer.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Uma labiada que veio para ficar



Perovskia atriplicifolia

Chamam-lhe Salvia russa (Russian sage) mas não é nem Salvia nem russa, é nativa da Ásia Central, e  da Rússia vem apenas o nome Perovskia que, a acreditar numa história lida aqui, é homenagem a um russo ilustre. 
Histórias à parte, esta é uma planta que me conquistou à primeira vista, mais do que Salvia, pareceu-me uma Lavandula e só depois de olhar para ela com mais atenção percebi que afinal era uma desconhecida. Floresce no fim do Verão e continua florida pelo Outono o que faz dela uma planta muito interessante para quem quer ter jardins de aromáticas floridos todo o ano. Outra das qualidades que me interessam é a capacidade de viver quase sem rega e em solos pobres. Veremos, por agora existe uma na minha varanda, brevemente espero vê-las no meu jardim.

domingo, 12 de outubro de 2014

História aos quadradinhos

Oeiras . Centro Histórico



Assim vão os jardins da minha cidade

Vandalizados e negligenciados por aqueles que têm a responsabilidade de os manter.
Será que ainda ninguém percebeu que o respeito pelos jardins tem de ser ensinado nas escolas portuguesas? 
Para além disso as  leis devem ser aplicadas. No jardim de Santos existem muitas árvores classificadas, porque é que não se responsabilizam e multam os responsáveis por esta vergonha.

sábado, 11 de outubro de 2014

D'aprés Hogan


João Hogan . 1972

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

O maravilhoso mundo das suculentas

Frithia pulchra

Verde reconciliador

Lisboa . Jardim do Torel

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Lisboa triste

Viver em Lisboa, nos dias que correm, é uma luta absurda. As árvores que animavam os meus dias vão sendo abatidas ou tratadas com desmazelo; os jardins onde guardo preciosas recordações degradam-se, estão entregues a gente insensível, ignorante e sem vontade de aprender; nas ruas retiram a harmoniosa calçada e nas paredes vandalizam e roubam os azulejos que ainda restam;  as instituições municipais são monstros devoradores que pura e simplesmente não funcionam; os espectáculos são descartáveis e pobres, confunde-se barulho com animação; as obras são megalómanas, superficiais e destinam-se quase sempre aos que estão de passagem; as sugestões e reivindicações dos moradores são hipocritamente ignoradas em nome de leis que alguns fingem respeitar. 

sábado, 4 de outubro de 2014

Flores famosas

 Albrecht DÜRER (Nuremberg, 1471 - Nuremberg, 1528) . estudo de 8 flores silvestres

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Ser verde


(...)
Para entrar em estado de árvore é preciso
partir de um torpor animal de lagarto às
3 horas da tarde, no mês de agosto.
Em 2 anos a inércia e o mato vão crescer
em nossa boca.
Sofreremos alguma decomposição lírica até
o mato sair na voz .
Hoje eu desenho o cheiro das árvores.

Manoel de Barros . em "Uma didática da invenção"

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Entre rosas

(as minhas Pierre Ronsard floriram três vezes este ano)

Quero acabar entre rosas, porque as amei na infância.
Os crisântemos de depois, desfolhei-os a frio.
Falem pouco, devagar.
Que eu não oiça, sobretudo com o pensamento.
O que quis? Tenho as mãos vazias,
Crispadas flebilmente sobre a colcha longínqua.
O que pensei? Tenho a boca seca, abstracta.
O que vivi? Era tão bom dormir!

Álvaro de Campos