domingo, 30 de setembro de 2007

Rosmaninho


Lavandula stoechas subsp. luisieri

Um comentário ao post anterior fez-me procurar nas fotografias antigas estas imagens dos Rosmaninhos que nascem espontaneamente no meu jardim. Apesar de serem plantas muito populares e comuns, Rosmaninho, Lavanda, Alfazema, Rosmarinus.... A verdade é que eu até há pouco tempo baralhava isto tudo.

Primeiro vamos colocar já de parte o Género Rosmarinus, pode fazer alguma confusão com o nome comum Rosmaninho mas refere-se ao vulgarmente conhecido Alecrim.

Outra confusão comum é a de chamar Alfazema ao Rosmaninho, a verdade é que ambos são nomes comuns dados a plantas do género Lavandula, este género tem muitas dezenas de espécies que em Inglês são basicamente conhecidas por Lavender e em França, onde chegam a ser atracção turística, são simplesmente chamadas de Lavande. Mas nós por cá tínhamos de complicar isto e sendo assim, estas Lavandula stoechas cuja particularidade é as flores serem coroadas com um elegante penachinho digno do grande chefe sioux, são conhecidas como Rosmaninho, as restantes espécies - e essas ficam para outro dia- são as Alfazemas. A coisa complica-se mais um bocadinho quando os Rosmaninhos recebem ao longo do nosso país outros nomes como: Rasmoninho; Rasmono; Rosmano; Tonelo; Arçanhas, Arçã.

Mas vamos ao que interessa. Os da fotografia são os bravos Rosmaninhos do meu jardim, nascem e crescem espontânea e desordenadamente no pinhal, florescem ano após ano quando lhes apetece, são pisados quando calha, não recebem nenhum tipo de cuidados mas nunca me desiludem. Os do post anterior, são elegantes híbridos comprados (ao preço do ouro) num viveiro, prometem uma floração curta mas abundante, têm uma cor espantosa, são elegantíssimos, mas estão condenados a morrer em breve, não me perguntem porquê?

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Na Varanda


Rosmaninho, Arruda, Tomilho, Salva, e Mangericão

In perfect harmony

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Mais uma exploradora

Gladíolos, de Vincent van Gogh. A vaidade dos Gladíolos (taxonomia pessoal)

"Fui comprar gladíolos e cravos vermelhos às floristas do cemitério dos Olivais. Vendem-nas mais baratas do que as floristas dos centros comerciais. Como se os mortos merecessem um desconto."

Antípodas

último dia de praia e primeiro dia de praia

A minha filha mais nova gosta de filosofar, um destes dias fizemos todo o percurso matinal para a escola em considerações sobre a Primavera e o Outono, os dias a crescer e a diminuir, as flores a nascer e a morrer, as sementes a germinar e a amadurecer, o calor a aumentar e a diminuir, as alergias e as constipações... Quando chegou a hora de escolher entre as duas estações, uma favorita... Não conseguimos -São o contrário uma da outra mas são iguais, Não é?
-Entre o Inverno e o Verão é mais fácil escolher.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Elas

Avisam-se aqui os Lisboetas mais distraídos que as Corísias de Lisboa estão a florir

sábado, 22 de setembro de 2007

Ver

"I'm a photographer. But I'm not the kind of photographer who prefers looking at life through a lens. If we take photographs to remember, what do we do when we're not taking photographs?"
Diz o autor do genial UNphotographable

Cebola-albarrã

Albarrã . Do árabe al-barrãn, aquilo que é exterior, ou que é do campo.
Urginea maritima L.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Grande malha, Zé!


Afinal o vereador dos espaços verdes andava caladinho pela simples razão de que andava a tecer uma enorme malha que vai ligar todos os espaços verdes de Lisboa. Aqui há dias comentava eu que mais do que espaços verdes, o que Lisboa precisava era de espaços com vida, e eis que o Zé me ouve e põe os Lisboetas todos a pedalar entre espaços verdes, por mim tudo bem, embora considere que a bicicleta não é o meio de transporte ideal para Lisboa (sei do que falo porque já vivi essa fantasia) e não simpatize particularmente com esta nova onda de ciclistas e bicicletas aiteque, acho que a hipótese de se percorrer Lisboa, a pé ou de bicicleta e sem trânsito, entre os espaços verdes, sendo fisicamente possível, é aliciante. Mas parece que os ambientalistas acham a proposta muito ambiciosa.... Bolas! Corrijam-me se estou errada, mas eu acho que o que faz falta (já há muito) aos políticos Portugueses são ideias ambiciosas.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Na Varanda

Ocimum basilicum + Salvia farinacea
Este ano vou fazer uma varanda com aromáticas. Vamos ver como é que elas se aguentam durante o Inverno. Para começar, muito Manjericão recentemente semeado e Sálvia* azul para animar.
*Muito fica por dizer desta planta que tanto me anda a surpreender.

toca-me...

A carreira e a música do Palma.
Quando todos insistem em que amadurecer não está com nada, ele está cá para provar que os melhores amadurecem devagar e que é para isso que serve a vida.

Toca-me

E depois, ele diz coisas destas.... A liberdade é uma maluca que sabe quanto vale um beijo.... Que me tocam

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Cada um é seus caminhos

Camélias com Mirtilos

Impressão digital

Os meus olhos são uns olhos.
E é com esses olhos uns
Que eu vejo no mundo escolhos
Onde outros com outros olhos,
Não vêem escolhos nenhuns.
Quem diz escolhos diz flores.
De tudo o mesmo se diz.
Onde uns vêem luto e dores
Uns outros descobrem cores
Do mais formoso matiz.
Nas ruas ou nas estradas
Onde passa tanta gente,
Uns vêem pedras pisadas,
Mas outros, gnomos e fadas
Num halo resplandecente.
Inútil seguir vizinhos,
Querer ser depois ou ser antes.
Cada um é seus caminhos.
Onde Sancho vê moinhos
D. Quixote vê gigantes.
Vê moinhos? São moinhos.
Vê gigantes? São gigantes.



António Gedeão, Poesias Completas

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Myrtus communis . Flor e fruto


Alimento frequentemente a ingénua fantasia de me dedicar a uma actividade agrícola, tinha até vagamente escolhido a produção de mirtilo ou arando (Vaccinium myrtillus L.), como objecto das minhas fantasias e divagações. O terreno onde esta actividade seria posta em prática situa-se num local chamado Vale das Murtas onde nascem espontaneamente enormes murtas que por esta altura ficam carregadinhas de murtinhos, bagas aparentadas aos mirtilos, deduzi que sendo assim a cultura das poderosas bagas antioxidantes seria viável neste local. Mas, este ano, quase como se de aviso divino se tratasse, as poderosas Murtas misteriosamente adoeceram e temo mesmo que acabem por morrer, nunca tal tinha acontecido, o sentimento de impotência perante tal desígnio da natureza é enorme, não faço a mínima ideia do que se passa com as murtas e resta-me esperar que consigam recuperar naturalmente. Quanto a fantasias... Felizmente ainda tenho algumas.

De volta

Lisboa* Outubro 2006

Na cidade novamente, ainda a tentar habituar-me a uma nova forma de ver. Não está a ser fácil... De volta - os ingleses usam a expressão deprimente back- a um local que já está visto e onde cheira mal. Mas prometo que me vou habituar e daqui a uns dias quando finalmente começar a ver até vou gostar.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Amor Perfeito

Viola tricolor L.
Pour toi mon amour

Je suis allé au marché aux oiseaux
Et j'ai acheté des oiseaux
Pour toi
Mon amour
Je suis allé au marché aux fleurs
Et j'ai acheté des fleurs
Pour toi
Mon amour
Je suis allé au marché à la ferraille
Et j'ai acheté des chaînes
De lourdes chaînes
Pour toi
Mon amour
Et je suis allé au marché aux esclaves
Et je t'ai cherchée
Mais je ne t'ai pas trouvée
Mon amour
Jacques Prevert

domingo, 9 de setembro de 2007

Os simples

Smilax aspera L.
Salsaparrilha-bastarda, Legação, Alegação, Alegra-campo, Recama, Silvamar, Alegra-cão (uva de perro- em espanhol)

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Florir em Setembro


Urginea maritima L.
*
Cebola-albarrã; Cebola-do-mar; Cila

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Destruidor da alegria

A arte não se dirige à cultura, mas sim à vida (...) Um poema não faz parte de uma literatura, mas sim do mundo em que estamos.
A arte pode ser estudada no plano da cultura, mas a sua mais funda comunicação é no plano da vida quando na arte somos confirmados. E o verdadeiro nome dessa comunicação é "entusiasmo", dando à palavra o seu sentido grego.
(...)
O homem que é insensível ou indiferente à poesia, à música ou à pintura é um homem ensurdecido no seu ser e diminuído na sua existência. Um homem mutilado, anormal e temível. É o destruidor da alegria.
*
Sophia de Mello Breyner Andresen
Situação da Arte
Publicações Europa-América
*
É assim o incendiário...

domingo, 2 de setembro de 2007

Florir em Setembro

Urginea maritima L.
[...]
Da luz nada sei,
nem donde vem
nem para onde vai,
apenas quero que a luz alumie
[...]
Pablo Neruda