quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Inspiração


Gardeners seem to have a particularly deep-rooted sense of the beautiful which swings from the spiritual to the sensual and all degrees in-between. We are enraptured by a flower, catch our breath when we hear the song of a bird or see a butterfly or a rainbow. There is a feeling of ecstasy in the soft kiss of a breeze carrying fragrances in mysterious blends that cannot be described or forgotten. This aesthetic communication between gardener and garden is an integral part of total gardening, yet I believe that the ultimate heights are reached only by making excursions into creativity.

É desta forma, pouco comum em livros de jardinagem, que Florence Bellis no seu "Gardening and Beyond" começa a contar a fascinante história de Barnwaven...

Happy when it rains

Narcissus bulbocodium
Ranunculus trilobus

Apenas por não se dar ao trabalho de observá-las é que o homem julga as plantas desprovidas de movimentos e sensações.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Este ano nem as olaias conseguem florir

  Cercis siliquastrum

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Uma folha diferente de todas as outras


Bauhinia forficata. No Parque Eduardo VII . Lisboa



sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Almada e Amadeu


Amadeo de Souza-Cardoso


(...)
Amadeo de Souza-Cardoso é a primeira descoberta de Portugal na Europa no século XX. O limite da descoberta é infinito porque o sentido da Descoberta muda de substância e cresce em interesse - por isso que a Descoberta do Caminho Marítimo prà Índia é menos importante que a Exposição de Amadeo de Souza-Cardoso na Liga Naval de Lisboa.

Felizmente pra ti, leitor, que eu não sou crítico, razão porque te não chateio com elucidações da Arte de que estás tão longìnquamente desprevenido; mas amanhã quando souberes que o valor de Amadeo de Souza-Cardoso é o que eu te digo aqui, terás remorsos de o não teres sabido ontem. Portanto, começa já hoje, vai à Exposição na Liga Naval de Lisboa, tapa os ouvidos, deixa correr os olhos e diz lá que a Vida não é assim?

Não esperes, porém, que os quadros venham ter contigo, não! Eles têm um prego atrás a prendê-los. Tu é que irás ter com eles. Isto leva 30 dias, dois meses, um ano mas, se tem prazo, vale a pena seres persistente porque depois saberás também onde está a Felicidade.

Lisboa, 12 de Dezembro de 1916.

José de Almada Negreiros
Poeta futurista



quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Tamera

Sepp Holzer no Alentejo. 

É para mim um grande mistério o desinteresse dos portugueses por este projecto.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Mais uma ideia verde


Quando há quase 9 anos (credo!) comecei este blogue, os jardins, as hortas, as plantações de varandas e todo o tipo de ideias verdes com que diariamente tropeçamos na Internet eram muito mais raras. Hoje em dia são tantas que só as mais alucinadas nos prendem a atenção. Ainda não percebi se isso é mau ou bom.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Vamos lá ver se a gente se entende...

Não basta dizer que se gosta de árvores, é preciso assinar!


Mais mar

E o verde que nem aqui me larga.

Afinal era apenas

O Sol de pouca dura.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Devagar no jardim



Devagar no jardim a noite poisa
E o bailado dos seus passos
Liberta a minha alma dos seus laços,
Como se de novo fosse criada cada coisa.

Sophia de Mello Breyner Andresen . "Dia do Mar" 

O Mar levou a minha praia


Ouvir jardins

Um jardim sem pássaros e sem água é como um filme sem banda sonora.

sábado, 15 de fevereiro de 2014

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Acordem!

Jardim do Príncipe Real . Lisboa

Esta cena terceiro mundista passa-se, por incrível que possa parecer, num dos mais importantes jardins históricos da cidade de Lisboa.
Podia, em legítima defesa desta árvore classificada de interesse público, transcrever para aqui o que qualquer vulgar compêndio sobre arboricultura ou jardinagem avisa sobre os perigos da compactação do solo - sobretudo durante a época das chuvas - nas caldeiras das árvores, podia simplesmente apelar ao bom senso ou relembrar algumas regras de boa educação cívica ensinadas na escola.  Em vez disso vou referir uma lei recente da República Portuguesa. 

Diz essa lei (Lei 53/2012 de 5 de setembro)  no nº2 do artigo 4º: " são proibidas quaisquer intervenções que possam destruir ou danificar o arvoredo de interesse público, designadamente: a) O corte do tronco, ramos ou raízes; b) A remoção de terras ou outro tipo de escavação, na zona de proteção; c) O depósito de materiais, seja qual for a sua natureza, e a queima de detritos ou outros produtos combustíveis, bem como a utilização de produtos fitotóxicos na zona de proteção; d) Qualquer operação que possa causar dano, mutile, deteriore ou prejudique o estado vegetativo dos exemplares classificados."

E mais à frente no ponto artigo 5º Contraordenações e processo: "a) Constitui contraordenação grave a violação do disposto nas alíneas b) e c) do n.º 2 do artigo 4.º"

"Às contraordenações graves correspondem as seguintes coimas: a) Se praticadas por pessoas singulares, de € 500 a € 5000; b) Se praticadas por pessoas coletivas, de € 5000 a € 25 000."


Então porque é que em legítima defesa da Araucaria columnaris classificada de interesse público em 1947 não se aplica a lei? - perguntam os mais atentos - Porque esta lei, neste momento, é só para Inglês ver, não está regulamentada pelo governo apesar de a isso ele estar obrigado pela mesma lei no seu: Artigo 8.º /Regulamentação/ O Governo regulamenta a presente lei no prazo de 60 dias.


Ah, pois é! Antes de mais temos de ser MUITOS a assinar esta Petição Pública que exige que o governo regulamente a lei 53/2012 de 5 de setembro e dessa forma permita a sua aplicação. Só assim se podem proteger as árvores classificadas e classificar novas árvores. 

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Manhãs brumosas



Pieguices

(... ) num passado recente nunca me suporia capaz de um dia parar a admirar uma folha de planta, a cor de um tronco, os cogumelos num muro. Emocionar-me ao ver uma papoila que refulge isolada num relvado? Eu teria considerado tal coisa uma mariquice, ou pior: uma das pieguices que vêm com a idade.
Mas na melancolia da noite a dúvida cresce em mim. Talvez que na verdade se trate apenas de pieguices. No Outono da vida, menos capaz de paixão, a alma protege-se do vazio envolvendo-se na rotina e no apreço do que é humilde.

J. Rentes de Carvalho . em "Tempo Contado"

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Homens com flores (13)

Clive Owen

domingo, 9 de fevereiro de 2014

O Pastor Amoroso

Agora que sinto amor
Tenho interesse no que cheira.
Nunca antes me interessou que uma flor tivesse cheiro.
Agora sinto o perfume das flores como se visse uma coisa nova.
Sei bem que elas cheiravam, como sei que existia.
São coisas que se sabem por fora.
Mas agora sei com a respiração da parte de trás da cabeça.
Hoje as flores sabem-me bem num paladar que se cheira.
Hoje às vezes acordo e cheiro antes de ver.


Alberto Caeiro . "O Pastor Amoroso"

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Uma Clívia a acordar


 Clivia miniata

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

A receita para um blogue delicioso

Uma família feliz, uma casa, inspiração e muitas caixas de cartão... O resultado é simplesmente perfeito.

A analogia do dia

O Facebook está para os blogues assim como os pré cozinhados estão para a cozinha caseira.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

A florir neste momento


Dombeya ×cayeuxii André 

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Vidas simples





É bom ver palmeiras de boa saúde

Jardim da Parada . Lisboa

domingo, 2 de fevereiro de 2014

A Prímula é a alma do negócio

Florence Bellis em Barnhaven

Alguns negócios têm alma e isso faz com que sejam indestrutíveis mesmo quando a concorrência é feroz. As histórias destas empresas confundem-se com as histórias de vida daqueles que as fizeram e podem ser profundamente inspiradoras para quem sonha com um sistema económico mais justo.

Foi durante a maior crise económica do Sec.XX (a grande depressão nos anos 30) que Florence Bellis, uma pianista falida e sem trabalho, se viu obrigada a ir viver para o estado de Oregon (EUA) num celeiro abandonado que um amigo lhe cedeu. Florence conta que com os últimos 5 dólares que lhe restavam decide encomendar alguns pacotes com sementes de Primula a uma conceituada firma de floricultura inglesa e dedicar-se à produção, hibridação e venda destas flores maravilhosas, que todos os anos nos garantem que o Inverno tem fim. Acredite-se ou não, a verdade é que foi esta decisão aparentemente tresloucada que determinou o resto da sua vida e que tornou possível a criação de um dos viveiros de Prímulas mais antigos e conceituados que existe.

Em 1996 Barnhaven atravessa o atlântico por vontade da própria Florence que -  quando percebe que lhe faltam as forças para continuar a manter  a colecção de flores que durante largos anos desenvolvera e se recusa a ceder as sementes aos ávidos gigantes da indústria de floricultura -  decide enviar as sementes das suas flores para uns amigos ingleses com a breve e clara mensagem:  "Yours – to keep or kill". 

Hoje encontramos a Barhaven de boa saúde em França onde utilizando as técnicas, os ensinamentos e, arrisco-me a dizer, a filosofia da sua fundadora continua a desenvolver, vender e recuperar as mais extraordinárias Prímulas que existem.


Primroses -as primeiras rosas do ano -





Primula acaulis (dobrada)

Uma flor que, embora não pareça, tem uma longa história para contar que começa nos jardins ingleses do sec. XVI...

Zumthor +Oudolf




A garden is the most intimate landscape ensemble I know of. It is close to us. There we cultivate the plants we need. A garden requires care and protection. And so we encircle it, we defend it and fend for it. We give it shelter. The garden turns into a place.

Enclosed gardens fascinate me. A forerunner of this fascination is my love of the fenced vegetable gardens on farms in the Alps, where farmers' wives often planted flowers as well. I love the image of these small rectangles cut out of vast alpine meadows, the fence keeping the animals out. There is something else that strikes me in this image of a garden fenced off within the larger landscape around it: something small has found sanctuary within something big.

The hortus conclusus that I dream of is enclosed all around and open to the sky. Every time I imagine a garden in an architectural setting, it turns into a magical place. I think of gardens that I have seen, that I believe I have seen, that I long to see, surrounded by simple walls, columns, arcades or the façades of buildings - sheltered places of great intimacy where I want to stay for a long time' -

Peter Zumthor, May 2011