sábado, 29 de dezembro de 2007

Só...



Ranunculus asiaticus (híbridos)

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

À Flor da pele

Frida on White Bench, New York . 1939

I Will Never Forget You....
Frida Kahlo to Nikolas Muray

Os retratos e as cartas de Frida kahlo que Muray guardou secretamente durante toda a sua vida. >>

domingo, 23 de dezembro de 2007

Quand la vie est un collier

Folha de Liriodendron tulipifera

Quand la vie est un collier...
Chaque jour est une perle
Quand la vie est une cage
Chaque jour est une larme
Quand la vie est une forêt
Chaque jour est un arbre
Quand la vie est un arbre
Chaque jour est une branche
Quand la vie est une branche
Chaque jour est une feuille...

Jacques Prévert

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Monumentos vegetais portugueses a saldo


Uma |>>

Solstício

Caravaggio . Judite e Holofernes

A Noite é feminina, o dia não sabemos.

Acuba japonica

"No Jogo das Contas de Vidro tudo tem de ser possível, incluindo por exemplo que uma planta fale latim com o senhor Lineu"
Hermann Hesse

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Arte poética

(...)
"Pensava também que, se conseguisse ficar completamente imóvel e muda em certos locais mágicos do jardim, eu conseguiria ouvir um desses poemas que o próprio ar continha em si. 
No fundo, toda a minha a minha vida tentei escrever esse poema imanente. E aqueles momentos de silêncio no fundo do jardim ensinaram-me, muito tempo mais tarde, que não há poesia sem silêncio, sem que se tenha criado o vazio e a despersonalização."
(...)
Sophia de Mello Breyner Andresen . Obra Poética "Ilhas"

World Wide Web


Vou acrescentar mais uma exploradora aqui na lista do lado. A Myla é Iraniana e escreve  da direita para a esquerda, com letras lindas que parecem pássaros, não sabe uma palavra de Português,  no entanto encantou-se com o Fernando Pessoa, prova de que a poesia é muito mais do que palavras.

Não digas nada!
Nem mesmo a verdade
Há tanta suavidade em nada se dizer
E tudo se entender -
Tudo metade
De sentir e de ver...
Não digas nada
Deixa esquecer

Talvez que amanhã
Em outra paisagem
Digas que foi vã
Toda essa viagem
Até onde quis
Ser quem me agrada...
Mas ali fui feliz
Não digas nada.


Fernando Pessoa

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Das Fadas


Dactylorhiza foliosa . Levada do folhadal . Madeira

Claro que há excessões, como estas orquídeas silvestres que encontrei quando deambulava num local digno de um conto de fadas.
As Orquídeas da serra são endémicas da ilha da Madeira, ou seja, não foram criadas nos estúdios da Disney para protagonizar um filme de princesas, foi da ilha da Madeira que partiram para o resto do mundo. Espanto-me sempre por estas coisas fabulosas não serem um enorme motivo de orgulho e inspiração para os Portugueses.

Diabólicas


As crianças normalmente gostam de flores, mas, por alguma razão, não simpatizam particularmente com as Orquídeas. O facto de eu finalmente começar a gostar de Orquídeas talvez seja bom sinal, mas ainda não me atrevo a dizer os seus nomes.

Separadas à nascença


Orquídea . Estufa Quente . Lisboa




Diadema "Orquídeas" . René Lalique (1860-1945)
Museu Calouste Gulbenkian

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

ALVAREZ, José Dominguez Alvarez (1906-1942)
Sem título. Óleo sobre madeira
Dim.: 34 x 30 cm.

Tenho cá para mim... A certeza de que era só aqui que eu perdia a cabeça a fazer compras de Natal.

Às vezes entra-se em casa com o Outono


Às vezes entra-se em casa com o outono
preso por um fio,
dorme-se então melhor,
mesmo o silêncio acaba por se calar.

Eugénio de andrade - «Branco no Branco», Limiar, Porto, 1984

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Octopus's Garden

I'd like to be under the sea
In an octopus' garden in the shade
He'd let us in, knows where we've been
In his octopus' garden in the shade

M. C. Escher  "Three Worlds"

“Um campo de água deixa transparecer o espírito que paira no ar. Está continuamente a receber da altura vida nova e movimento. É por sua natureza o intermediário entre o céu e a terra. (...) “É o olho da terra" e por isso todo o ser que nele se contempla mede a profundidade da sua própria natureza.”

Thoreau  "Walden"
Em:
Olhar a Água, Medir a Alma: Considerações em Redor da Escrita
sobre a Natureza

domingo, 16 de dezembro de 2007

Twilight sleep


Podia parecer mal e porventura ser mal interpretada, mas o que eu gostava mesmo, neste momento, já... Era de hibernar,  reparei que o meu metabolismo e mesmo o meu sistema nervoso simpático, não estão capazes de muito mais.

sábado, 15 de dezembro de 2007

Aprender com quem sabe


Aloés e Palmeiras . Quinta do Barril- Fonte Boa dos Nabos (Ericeira)

Em terras áridas e inúteis com um clima sujeito a épocas de seca, como a que estamos a passar neste momento, convém sermos realistas quando decidimos fazer um jardim, e nada melhor do que aprender com os que já os fazem há muito tempo nas mesmas condições. A velhinha Quinta do Barril, estava hoje tão resplandecente como imagino que terá sido nos seus melhores dias - contrastando com as terras e jardins das redondezas onde a falta de água é aflitiva - a receita não podia ser mais simples, Aloés e Palmeiras, plantas do mais simples e acessível que se pode imaginar, praticamente sem necessidade de nenhum tipo de atenção, e perfeitas para solos áridos e secos, depois basta juntar um muro caiado de fresco e um céu azul e temos a receita para o jardim perfeito para esta época do ano. 

Recebida com prazer a lição resta-nos esperar que, neste estado de graça, a Quinta do Barril ainda possa durar alguns anos e ensinar-nos muito mais, antes de inevitavelmente se render à guerra do imobiliário.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Lisboa

(....)

Nas ruas e avenidas,
Enluaradas de espanto,
Penavam, passavam vidas,
Mas espectrais, diluídas
Na cor maciça do encanto.

E a carne das cantarias,
Branca já de seu condão,
Desmaiava em anemias
De marítimas orgias
De um fado de perdição.

Miguel Torga

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

As árvores de Botelho



S. Pedro de Alcântara,1949 
Costa do Castelo, 1946 
S. Pedro de Alcântara, 1942

As perturbadoras árvores da Lisboa de Botelho, são enfezadas, deformadas, intrometidas e escuras. Estas árvores franzinas, tristes e mal cuidadas não foram criadas pelo imaginário do pintor, são um tipo de árvores bastante comum ainda hoje por toda a cidade, procuro muitas vezes entender por que desígnio misterioso é que em Lisboa existem tantas árvores assim.
Da mesma forma que Botelho escolheu pintar o casario em vez dos monumentos; os chafarizes em vez das estátuas; os vultos curvados em vez das vidas; o silêncio em vez do barulho... Escolheu estas árvores para a sua Lisboa. Representou-as com particular cuidado e precisão, nas suas telas elas assumem sempre muito mais protagonismo do que as figuras (vultos) humanas. Na Lisboa de Botelho, estas que são as árvores do meu descontentamento, ganham contornos quase humanos que comtemplam silenciosas a cidade atentas às mudanças que estão para acontecer e a complexidade das suas ramificações, que o pintor representa minuciosamente, surgem como elementos de esperança, unificadores de um espaço (a cidade) que se pretenderá dinâmico, vivo e moderno, estas árvores entretanto deviam ter crescido, pelo menos gosto de imaginar que era isso que o Carlos Botelho esperava delas, mas continuam pequeninas e contorcidas.

Saber ver

Tumbani, a small locale in Bengal/India, rapidly makes his way into industrialisation. I tried to follow this transformation of tumbani and similar places. How to safe our culture and collective memory? What stays after a long time? The landscapes and emptiness symbolize time, the transformation of a landscape is a slow prozess, more than changes in human community. Portraits are moments in time, they connect me with Tumbani and their people, I can't be distant from them...
Julia Milberger

domingo, 9 de dezembro de 2007

Árvore de Natal




Montanoa hibiscifolia . Jardim da Estrela - Lisboa

E o prémio da árvore para a época natalícia, vai inteirinho para a Árvore das Margaridas, que não podia estar mais bonita.


Botany Photo of the Day

sábado, 8 de dezembro de 2007

A florir


Justicea carnea

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Judia Errante

Tradescantia pallida

Quem souber, que me diga, como é que esta - mais uma - Mexicana estapafúrdia, que tem as folhas totalmente roxas, consegue fazer uma fotossíntese em condições. 
Ou então expliquem-me o porquê do nome comum "Wandering jew".
O melhor é não explicarem nada. É mais um surpreendente exemplo do Realismo fantástico e mais nada!

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Música vegetariana

Tenho cá para mim - sem certeza nenhuma - a impressão que a música não é vegetariana. No entanto... 

Pessoalmente continuo a preferir a velha receita à base de carne.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007


Liquidambar styraciflua

"Entretanto, os liquidâmbares cansaram-se de esperar e resolveram assumir, unilateralmente, o Outono. Não sei como há quem ainda não tenha reparado e tirado as devidas consequências."
Texto do Eduardo  (daqui)

É por estas e por outras que até que caia a última folha do último Liquidâmbar, é Outono.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Voar



Eu:  Gosto tanto de te ver a voar...
Ela: Estou sentada, eu não consigo voar sentada.

domingo, 2 de dezembro de 2007

Canção Simples

Tiago Bettencourt
"O Jardim"

Obrigada*

Calluna vulgaris L.

Urzeiral... Adoro esta palavra que só existe no Monte dos Vendavais de uma bloguista que eu cá sei. A palavra Urzeiral leva-me directamente para o lugar mais bonito que já conheci, aquele em que neste preciso momento florescem, generosamente, as Urzes.

*Às doces Callunas e à bloguista danada.

sábado, 1 de dezembro de 2007

O Meu Pé de Laranja Lima



Está bem grande...


"— Mas que lindo pezinho de Laranja Lima! Veja que não tem nem um espinho.
Ele tem tanta personalidade que a gente de longe já sabe que é Laranja Lima. Se eu fosse do seu tamanho, não queria outra coisa.
— Mas eu queria um pé de árvore grandão.
— Pense bem, Zezé. Ele é novinho ainda. Vai ficar um baita pé de laranja. Assim ele vai crescer junto com você. Vocês dois vão se entender como se fossem dois irmãos.
Você viu o galho? É verdade que o único que tem, mas parece até um cavalinho feito pra você montar.
Estava me sentindo o maior desgraçado da vida. (...)... Sempre eu tinha que ser o último.
Quando crescesse iam ver só. Ia comprar uma selva amazónica e todas as árvores que tocavam no céu, seriam minhas.(...)
Emburrei. Sentei no chão e encostei a minha zanga no pé de Laranja Lima. Glória se afastou sorrindo.
— Essa zanga não dura, Zezé. Você vai acabar descobrindo que eu tinha razão.
Cavouquei o chão com um pauzinho e começava a parar de fungar. Uma voz falou vindo de não sei onde, perto do meu coração.
— Eu acho que sua irmã tem toda a razão.
— Sempre todo mundo tem toda a razão. Eu é que não tenho nunca.
— Não é verdade. Se você me olhasse bem, você acabava descobrindo.
Eu levantei assustado e olhei a arvorezinha. Era estranho porque sempre eu conversava com tudo, mas pensava que era o meu passarinho de dentro que se encarregava de arranjar fala.
— Mas você fala mesmo?
— Não está me ouvindo?
E deu uma risada baixinha. Quase saí aos berros pelo quintal. Mas a curiosidade me prendia ali.
— Por onde você fala?
— Árvore fala por todo canto. Pelas folhas, pelos galhos, pelas raízes. Quer ver? Encoste seu ouvido aqui no meu tronco que você escuta meu coração bater. Fiquei meio indeciso, mas vendo o seu tamanho, perdi o medo. Encostei o ouvido e uma coisa longe fazia tique... tique...
— Viu?
— Me diga uma coisa. Todo mundo sabe que você fala?
— Não. Só você.
— Verdade?
— Posso jurar. Uma fada me disse que quando um menininho igualzinho a você ficasse meu amigo, que eu ia falar e ser muito feliz.
— E você vai esperar?
— O quê?
— Até eu me mudar. Vai demorar mais de uma semana. Será que você não vai se esquecer de falar nesse tempo?
— Nunca mais. Isto é, para você só. Você quer ver como eu sou macio?
— Como é que...
— Monte no meu galho. Obedeci.
— Agora, dê um balancinho e feche os olhos.
Fiz o que mandou.
— Que tal? Você alguma vez na vida teve cavalinho melhor?
— Nunca. É uma delícia. Até vou dar o meu cavalinho Raio de Luar para meu irmão menor. Você vai gostar muito dele, sabe?
Desci adorando o meu pé de Laranja Lima.
— Olhe, eu vou fazer uma coisa. Sempre quando puder, antes de mudar, eu venho dar uma palavrinha com você... Agora preciso ir, já estão de saída lá na frente.
— Mas, amigo não se despede assim.
— Psiu! Lá vem ela.
Glória chegou mesmo na hora em que eu o abraçava.
— Adeus, amigo. Você é a coisa mais linda do mundo!
— Não falei a você?
— Falou, sim Agora se vocês me dessem a mangueira e o pé de tamarindo em troca da minha árvore, eu não queria.
Ela passou a mão nos meus cabelos, ternamente.
— Cabecinha, cabecinha!...
Saímos de mãos dadas.
— Godóia, você não acha que sua mangueira é meio burrona?
— Ainda não deu para saber, mas parece um pouco.
— E o pé de tamarindo de Totoca?
— É meio sem jeitão, por quê?
— Não sei se posso contar."

José Mauro de Vasconcelos . " O Meu Pé de Laranja Lima"

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Esta...

Tilia tomentosa . Lisboa (Rua Marquês de Fronteira)

Hoje estava linda de amarelo...

Popúleo*

Populus nigra "italica"


Álamos

As mulheres perdem o olhar nos álamos.
Os homens trepam-nos até enlouquecer.

João Manuel Ribeiro
Regras do mel e da flor (2002)

* (Do lat. populeu) Adj. Poét. Relativo ao álamo ou ao choupo.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Poetas para o Inverno



Floriram por engano as rosas bravas
No Inverno: veio o vento desfolhá-las...
Em que cismas, meu bem? Porque me calas
As vozes com que há pouco me enganavas?

(...)
Camilo Pessanha (1867.1926)

terça-feira, 27 de novembro de 2007




Tenho cá para mim... A certeza de que uma das melhores coisas que se pode ter na vida, é uma árvore.

domingo, 25 de novembro de 2007

Evadir-me, esquecer-me



Evadir-me, esquecer-me, regressar
À frescura das coisas vegetais,
Ao verde flutuante dos pinhais
Percorridos de seivas virginais
E ao grande vento límpido do mar.

Sophia de Mello Breyner Andresen
Obra Poética I
Caminho

Flores da estação




Dombeya autumnalis

As Dombeyas são provavelmente o género botânico com que mais tenho aprendido coisas da vida. Seriam facilmente admitidas no selecto jardim da Alice no outro lado do espelho graças aos seus comportamentos tão maravilhosamente excêntricos. Florescem durante o Outono e o Inverno, de cabeça para baixo e têm o simpático hábito de nunca abandonar as suas flores. Enquanto a maioria das plantas utiliza as pétalas das flores apenas enquanto elas estão exuberantes e cumpridoras do seu efeito um bocadinho coquete de chamamento de polinizadores - polinização concluída ou assim que as pétalas percam um bocadinho do seu esplendor, tornam-se imediatamente dispensáveis e lançadas por terra - as Dombeyas são a única planta que conheço que guarda as suas flores e as suas pétalas para sempre. É uma lição de maturidade que a Dombeya nos dá quando mostra orgulhosa e desta forma descomplexada a decadência das suas flores.

sábado, 24 de novembro de 2007

(...)

A minha herança pra você é uma flor
Um sino, uma canção, um sonho
Nenhuma arma ou uma pedra eu deixarei
A minha herança pra você é o amor
Capaz de fazê-lo tranquilo, pleno
Reconhecendo no mundo o que há em si

E hoje nos lembramos sem nenhuma tristeza
Dos foras que a vida nos deu
Ela com certeza
Estava juntando você e eu

Achei você no meu jardim

(...)
Vanessa da Mata . "Minha Herança: Uma flor"

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Fiel jardineiro II


Um Jardineiro - dos que já há poucos - não despreza, nem mesmo, as flores que caem no chão, como desprezam os funcionários dos espaços verdes.