segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Ei-las...

Hoje em Lisboa.

sábado, 29 de janeiro de 2011

No Feminino

Sarah Purser . Young Girl with Daisy
Tirado deste blog que eu adoro

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Metamorfoses


Scilla monophyllos


O género Scilla, está a sofrer alterações, alguns botânicos propõem que certas plantas que até agora pertenciam a este género passem a ser reclassificadas e reagrupadas em novos géneros, sendo que com algumas isso já aconteceu, veja-se a Urginea que os meus queridos vizinhos mostram hoje. A Scilla monophyllos, por exemplo, pode em breve passar a chamar-se Tractema destino que, confesso, não lhe desejo.  Os nomes dados por Lineu, não me canso de o dizer, têm o encanto de nos lembrar histórias antigas e seria uma pena que isso deixasse de acontecer. As Scillas do Mediterrâneo, como esta nossa Cila-de-uma-folha que pode ser vista a florir por estes dias nos nossos bosques, transportam-nos, porque Lineu assim o quis, até aos amores loucos e desastrosos de Glauco por Cila relatados por Ovídio e referidos por Camões nos Lusíadas.



Glauco nasceu um pescador mortal. Descobrindo acidentalmente uma erva mágica que conseguia trazer os peixes que apanhava de volta à vida, decidiu experimentá-la em si mesmo. Após provar a erva, Glauco tornou-se imortal, mas também criou barbatanas e cauda de peixe, o que o forçaria a viver o resto da sua existência na água. Apesar de insatisfeito com esse efeito colateral, Glauco foi recebido por Oceano e Tétis com as honras das divindades, das quais aprenderia a arte da profecia.

Glauco apaixonou-se por Cila, uma bela ninfa, mas não foi correspondido: a ninfa sempre se afastava da água quando ele tentava aproximar-se, assustada pela sua aparência. O deus recorreu então ajuda à feiticeira Circe, pedindo-lhe que preparasse uma poção que fizesse que Cila o amasse. Porém, estando a própria bruxa já apaixonada por ele, tentou dissuadi-lo com palavras afetuosas. Ele, contudo, afirmou que árvores cresceriam no fundo do mar e algas no cimo das montanhas antes que ele deixasse de amar Cila.

Enfurecida, Circe enfeitiçou a fonte em que Cila se banhava, para que esta se tornasse um monstro de doze pés e seis cabeças. Então, quando Cila finalmente entrou na fonte, viu serpentes na água. Tentando fugir, deu-se conta de que as serpentes eram na verdade o seu próprio corpo. A ninfa foi chorar a Glauco, que a recusou devido à sua aparência terrível. Circe esperou a visita do deus, mas ele, sabendo ter sido obra dela, não a perdoou pela crueldade.


segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

No Inverno

Erithacus rubecula
Para encontrar o azul eu uso pássaros

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Tempo Livre


Numa tarde de domingo, em Central Park, ou
numa tarde de domingo, em Hyde Park, ou
numa tarde de domingo, no jardim do Luxemburgo, ou
num parque qualquer de uma tarde de domingo
que até pode ser o parque Eduardo VII,
deitas-te na relva com o corpo enrolado
como se fosses uma colher metida no guarda-
napo. A tarde limpa os beiços com esse
guardanapo de flores, que é o teu vestido
de domingo, e deixa-te nua sob o sol frio
do inverno de uma cidade que pode ser
Nova Iorque, Londres, Paris, ou outra qualquer,
como Lisboa. As árvores olham para outro sítio,
com os pássaros distraídos com o sol
que está naquela tarde por engano. E tu,
com os dedos presos na relva húmida, vês
o teu vestido voar, como um guardanapo,
por entre as nuvens brancas de uma tarde
de inverno.

Nuno  Júdice . Meditação sobre Ruínas (1994)

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

O Castanheiro-da-Índia

No Inverno,  Primavera,  Outono e sempre...

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Lisboa


segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Um livro


Rainer Maria Rilke . "Cartas Sobre Cézanne"
*

Dois jardins

Porque de certa forma se complementam, o plano é começar  em Knole e descer até Sissinghurst. Entre os dois tudo pode acontecer e aceitam-se sugestões.

sábado, 15 de janeiro de 2011

O Salgueiro Frágil

O Salgueiro inclinado de onde Ofélia cai ao riacho quando um dos seus ramos se parte...

There is a willow grows aslant a brook,
That shows his hoar leaves in the glassy stream;
(...)
Clambering to hang, an envious sliver broke;
When down her weedy trophies and herself
Fell in the weeping brook.

Hamlet . Act 4, Scene 7

Não me parece evidente que o Salgueiro pintado por Millais seja, como é muitas vezes referido, um weeping willow ou salgueiro-chorão (Salix babylonica ou o híbrido Salix x sepulcralis) que era uma árvore muito ao gosto dos pré-rafaelitas e dos pintores românticos, mas que não pode ser a árvore referida por Shakespeare porque estes salgueiros não eram conhecidos na Europa antes do Sec. XVIII. O Salgueiro referido em Hamlet seria de uma espécie nativa da Europa. A referência à cor das folhas ( hoar leaves, folhas grisalhas) sugere o Salgueiro-branco (Salix alba) ou o, tão adequado à situação, crack willow (Salix fragilis) que tem este nome porque os seus ramos se partem com facilidade e fazem um som característico. Não sei se na altura em que Shakespeare escreveu o Hamlet o salgueiro-frágil já era conhecido por este nome, mas era-o, sem dúvida, na época em que Millais ilustrou a morte de Ofélia, e quando tudo levava a crer que a árvore ideal para esta cena seria o, muito na moda e cheio de simbolismo, Salgueiro-chorão, Millais apresenta-nos a árvore frágil e atormentada que Shakespeare descreveu . É por estas, e outras, que este quadro é uma obra de arte.



E estas? 
Ficam para outro dia.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

A morte de Ofélia

J.E. Millais . Ofélia

Laurence Olivier . Hamlet 

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Mais uma árvore abatida porque, segundo alguns, estava "mal formada"


Parque Eduardo VII . Lisboa

Sem querer dramatizar muito (há coisas piores, sim, eu sei)...  Só quero dizer que eu gostava tanto desta árvore como de todas as outras.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Enjoy

Remember that the most beautiful things in the world are the most useless: peacocks and lilies, for instance.

John Ruskin

Azulejos


terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Aventureiros mas pouco rigorosos

Com a palavra "Índia" os Portugueses do sec. XVI designavam não só a Península Indostânica mas todo o mundo oriental, desde o cabo da Boa Esperança até ao Japão e aos arquipélagos do Pacífico.

J. H. Saraiva

Flor do Mar

Nau "Flor de la Mar", navio do século XVI. Nau de 400 tonéis que pertenceu à armada de Vasco da Gama (1502), D. Francisco de Almeida (1505) e Afonso de Albuquerque (1510). Reprodução de pintura a óleo de Alberto Cutileiro (PN-I-346).


Era o nome da Nau que sob o comando de Afonso de Albuquerque se afundou em 1511 ao largo da ilha de Sumatra. Estava  carregada de tesouros que nunca foram encontrados (embora muito procurados), uma sua réplica pode ser vista no Museu Marítimo de Malaca.  
Isto porque o nome desta Nau nos diz alguma coisa sobre a importância que os portugueses do sec. XVI davam às flores e porque, ainda às voltas com a saga das Tulipas, acabei de saber que foi pela mão de portugueses que as primeiras Tulipas chegaram à Europa.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Liberdade



Ai que prazer
não cumprir um dever.
Ter um livro para ler
e não o fazer!
Ler é maçada,
estudar é nada.
O sol doira sem literatura.
O rio corre bem ou mal,
sem edição original.
E a brisa, essa, de tão naturalmente matinal
como tem tempo, não tem pressa...

Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.

Quanto melhor é quando há bruma.
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!

Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol que peca
Só quando, em vez de criar, seca.

E mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças,
Nem consta que tivesse biblioteca...

Fernando Pessoa