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quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

De Portugal para o mundo


Scilla speciosa Samp.

Nunca é demais lembrar que esta flor espantosa, a cila mais bonita do mundo, é portuguesa. Só a enorme e inexplicável indiferença que os portugueses têm, primeiro, pelas plantas e, depois, por tudo o que é português, permitiu que o erro (de Clusius e consequentemente de Lineu) nunca fosse corrigido e que esta cila portuguesa continue a ser conhecida no mundo, e até em Portugal, como Cila do Peru, Jacinto do Peru ou até mais absurdamente como Lírio de Cuba (Cuban-lily). No que respeita a nomes comuns, justiça seja feita aos ingleses, e apenas a eles, que lhe chamam Cila portuguesa (Portuguese squill)

Mas seria injusto falar nesta confusão botânica e na indiferença própria dos portugueses sem recordar um daqueles portugueses de excepção, génio e coragem que sempre esteve atento a este e outros contrassensos. Gonçalo Sampaio foi um naturalista arguto que dominava com rigor a ciência botânica (ainda que o seu percurso académico não tenha sido o convencional), mas foi a sua personalidade inconformista que mais marcou a sua obra e lhe acrescentou um interesse científico que ainda hoje subsiste. Na sua obra (infelizmente inacabada) "Flora Portuguesa" várias vezes encontrou necessidade de desobedecer a certos dogmatismos que - como se pode ler no prefácio- são incompatíveis com o espírito científico, base indispensável de toda a ciência.

É assim que quando Gonçalo Sampaio na "Flora Portuguesa" descreve a "Albarrã do Peru" (referindo este nome comum para que não haja confusão)  lhe atribui o nome de Scilla speciosa Samprecusando pertinentemente a classificação quase divina do Sr.Lineu. (convém lembrar que já existia uma outra Cila portuguesa nomeada pelo Sr. Lineu como Scilla lusitanica por isso esse nome que seria o mais adequado não podia ser utilizado por Sampaio). Infelizmente,  talvez pelo desinteresse dos portugueses em defender o que só a eles interessa defender, o nome que Gonçalo Sampaio deu à famosa Cila,  cientificamente, é considerado um sinónimo de Scilla peruviana e não o contrário como seria correcto. Por minha conta e risco vou passar a utilizar aqui no blogue o nome Scilla speciosa Samp. como homenagem simultânea a um grande homem e a uma grande flor que está a florir neste momento na minha varanda.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Há quem passe por elas sem as ver

 Simethis planifolia

terça-feira, 7 de maio de 2013

Há quem lhes chame daninhas


 Gladiolus illyricus

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Coisas complicadas


 Ophrys apifera
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sábado, 4 de maio de 2013

Ano de muita chuva e muito junco



Juncus valvatus

Se a identificação estiver correcta este é mais um endemismo lusitano com direito a protecção legal. Nunca vi tantos como este ano.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

De Fevereiro



Romulea bulbocodium

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Identidade

 Dorycnium rectum (L.) Ser.

Tenho a agradecer aos vizinhos aqui do lado que me revelaram o nome da erva salsicheira que existe no meu jardim.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Urze de Portugal



Erica lusitanica

Pode o nome de uma planta ser um aviso? Neste caso sim. 
A Urze-branca ou Queiró é uma daquelas plantas que todos os portugueses deviam conhecer -quanto mais não seja porque leva o nome de Portugal ao resto do mundo- pode ser vista a florir por esta altura (Dezembro a Fevereiro) em terrenos incultos, charnecas, outeiros e matos. É uma planta de comportamento irrepreensível, de grande valor ornamental e com inúmeras propriedades medicinais (diuréticas, uricolíticas e anti-sépticas) que o nosso povo, ao longo dos tempos, aprendeu a aproveitar *.
O que ninguém imaginava era que esta portuguesa, aparentemente inofensiva, quando levada para o outro lado do mundo (Austrália, Nova Zelândia,...) se ia portar tão indecentemente, oprimindo as espécies nativas e provocando graves distúrbios ambientais que já lhe valeram a grave sentença de espécie invasora.
Moral da história: Belas lusitanas poderosas no local errado podem fazer graves estragos.



*Usa-se o cozimento (um punhado de sumidades floridas para um litro de água; ferver até reduzir para metade) ou o extracto fluido (uma a duas colheres de café por dia)
Dr. Oliveira Feijão em "Medicina pelas Plantas"

domingo, 29 de maio de 2011

A flor de todos os sonhos


Silene scabriflora

Hoje não resisti à ilusão de que podia trazer as lindas Silenes para dentro de casa.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

E Orquídeas bravas



Cephalanthera longifolia

Os jardins, como a vida, devem permanecer sempre um bocadinho selvagens, se queremos ter surpresas como esta.

domingo, 14 de junho de 2009

Respeitinho




Lobelia urens L.


Lobélia-acre; Lobélia-brava; Lobélia-queima-língua; Lobélia-urente; Queima-língua

O aspecto inocente desta pequena Lobélia que encontrei na beira do caminho, não condiz nada com os nomes terríveis que lhe são atribuídos. As pessoas às vezes têm medo das pequenas flores que nascem à beira dos caminhos. Deviam ter apenas respeito.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Fel da terra


Erythraea centaurium

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Goivos da praia



Malcolmia littorea

domingo, 17 de maio de 2009

Bravos




Gladiolus italicus . Iridaceae


Estas fotografias não lhes fazem justiça, os Gladíolos bravos são muito mais bonitos ao vivo, e como não são muito comuns (pelo menos nos locais por onde ando) a surpresa de os encontrar pelos campos é uma alegria que só por si justifica todo o passeio.

Andrew Dalby refere no seu "Food in the Ancient World from A to Z" a utilização dos bolbos de Gladiolus italicus: Cozidos e depois moídos, utilizavam-se para enriquecer a farinha tornando o pão, doce e mais saudável. Segundo Theophrastus (371-286 AC) os bolbos dos Gladíolos tinham propriedades afrodisíacas. Actualmente não há grandes referências (eu não encontrei nenhuma) à utilização dos Gladíolos na alimentação.

Nomes comuns: Calças-de-cuco; Cristas-de-galo; Espadana-das-searas.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Bravas



Anchusa L.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Os Tormentos do Linho



Linum bienne


A cultura e e o duro trabalho (tormento) de transformação do Linho já foi uma actividade muito importante em Portugal, que bonitos deviam ser, na época da floração, os campos cultivados com o utilíssimo Linho (Linum usitatissimum).

À falta de melhor, consolei-me com alguns exemplares de Linho-bravo que - ainda - florescem espontaneamente pelos nossos campos.


sábado, 4 de abril de 2009

À volta de um Serapião




Serapias lingua L.


A flower is an educated weed.

Luther Burbank . (1849–1926)

segunda-feira, 30 de março de 2009

Será que vale a pena?



Cephalanthera longifolia

Pergunta o Ivo ao dar pela falta das únicas Cephalanthera longifolia que conhecia no concelho de Moura.

E eu ainda há dias falava aqui neste enorme privilégio, e nem sabia do tal fungo!

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Algodão doce




Otanthus maritimus L.

As plantas que habitam a faixa costeira e particularmente as dunas, são dotadas de misteriosas técnicas de resistência. Alimentam-se - diria eu - quase exclusivamente de calor e de luz, não se lhes conhecem outros vícios, sobrevivem, desenvolvem-se e reproduzem-se, praticamente sem água, em solos onde aparentemente não existe qualquer matéria orgânica e nas mais violentas condições climatéricas. Esta capacidade excepcional de sobrevivência pode ser num futuro próximo muito útil ao homem e nem que seja para a estudar mais profundamente, convém preservar estas espécies que se têm vindo a revelar únicas e até capazes de produzir substâncias de grande utilidade.

Estas Cottonweed (de todos os nomes comuns é o inglês que mais gosto), ainda bastante comuns nas nossas dunas, são já espécie protegida na vizinha Espanha (por cá não tenho conhecimento de semelhante estatuto). Péssimista que estou em relação a estes assuntos, temo pela sua sobrevivência, é que apesar de todas as artimanhas que em milhares de anos de evolução desenvolveram para sobreviver em meios agrestes, não lhe foi atribuída nenhuma técnica eficaz de protecção contra veraneantes.

domingo, 27 de abril de 2008

Bravas Rosas



Rosa canina L.

Silva-macha, Rosa-de-cão, Silvão, Rosas-bravas

São - não podiam deixar de ser - as minhas Rosas preferidas, porque nascem espontaneamente onde lhes apetece, e em Abril surpreendem-me nos locais mais inesperados.