domingo, 30 de junho de 2013

Num jardim perto de mim


 Nigella damascena L. Ranunculaceae

sábado, 29 de junho de 2013

Adeus Lisboa.



Parque Botânico do Monteiro-Mor

És linda quando queres mas preciso de um tempo longe de ti.

terça-feira, 25 de junho de 2013

Os Caçadores de Simulacro


O artista, o poeta, o escritor, os que perguntam: todos são caçadores de simulacros, incansáveis calculadores de improbabilidades. Pombas ou abutres, frágeis canários ou escondidos melros, raspam, rasgam, rompem, sempre roendo as suas próprias garras. O invisível que há neles então emerge. 

Ana Hatherly . Tisanas

segunda-feira, 24 de junho de 2013

domingo, 23 de junho de 2013

Nas noites azuis de Verão

Sentation

Par les soirs bleus d'été, j'irai dans les sentiers,
Picoté par les blés, fouler l'herbe menue,
Rêveur, j'en sentirai la fraîcheur à mes pieds.
Je laisserai le vent baigner ma tête nue.

Je ne parlerai pas, je ne penserai rien :
Mais l'amour infini me montera dans l'âme,
Et j'irais loin, bien loin, comme un bohémien,
Par la nature, heureux comme avec une femme.
Arthur Rimbaud . 1870

sábado, 22 de junho de 2013

Agora

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Time Moves Still







The trees, isolated against an open sky and truncated from their source of life, their roots and earth, expose their transience in an undeniable way. When I scoured the landscape for trees, I looked for those that expressed a form that was very dynamic, particular, and peculiar, but never manicured to look good. I am especially attracted to trees that have been badly and asymmetrically pruned, normally to clear them from electrical wires and such. These take on an unintended beauty through the transformation of photography that they may not hold in actuality. I approached each tree as I would approach a portrait of someone with whom I had a personal relationship, by spending extended periods of time observing and staring before photographing.
Amir Zaki (aqui)


No jardim como na vida

Quanto maior e mais mais desafiador for um jardim maior é a tentação de o dividir e compartimentar. À primeira vista parece-nos que esta é a forma mais fácil de preencher o vazio, organizar o espaço e cuidar adequadamente cada tipo específico de planta ou cultura. Se cometemos o erro de tornar estanques esses compartimentos, em vez de um jardim grande teremos muitos jardins pequenos, inúteis e desequilibrados. Acontece muito.

Um dia grande


quinta-feira, 20 de junho de 2013

Encontros (1)

 Patti Smith .  Robert Mapplethorpe 1979

Se a luz é tanta, como se pode morrer?

 Brachychiton acerifolia 

A boca, 

onde o fogo 
de um verão 
muito antigo cintila, 
a boca espera 
(que pode uma boca esperar senão outra boca?) 
espera o ardor do vento 
para ser ave e cantar. 

Levar-te à boca, 
beber a água mais funda do teu ser 
se a luz é tanta, 
como se pode morrer?

Eugénio de Andrade


quarta-feira, 19 de junho de 2013

Tisana 28

A civilização consiste em aprendermos a fazer naturalmente tudo o que não é natural. É daí que vem a ideia de angelismo porque o animal em nós consente tudo. Só de vez em quando é que sentimos uma estranha melancolia e sacudindo a mosca dizemos apetecia-me tanto ir para o campo.
Ana Hatherly

The Lurie Garden

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Coisas dos santos populares


Sempre elegantes e bem vestidos



Estes meus ajudantes pequeninos.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Esta hoje...


 Hymenocallis narcissiflora


quarta-feira, 12 de junho de 2013

Sol da terra

Citrus × sinensis
Há uma planta que caracteriza o país em termos científicos; são os carvalhos; e nas zonas húmidas, os salgueiros. Mas planta emblemática, para mim, é a laranja. Se for a uma quinta no norte verifica que tem a mata com carvalho, tem a horta e o pomar de caroço. Se for a uma quinta no sul tem a horta, tem a mata, e uma coisa que não varia: as laranjas.
Gonçalo Ribeiro Telles . Jornal de Negócios em Abril de 2009

O Castanheiro-do-meu-coração

Aesculus hippocastanum 

terça-feira, 11 de junho de 2013

Lisboa de cabeça no ar


Homens com flores (11)



 Yukio Mishima por Eikoh Hosoe (1961)


Os jardins japoneses

A Natureza, aqui, é mais para ver do que para tocar. Não se vêem nos jardins japoneses namorados deitados na relva ou a tomar banho na fonte e ainda menos, se possível, o sentimento de descontracção e de indiferença que se apodera de todos nós em semelhantes locais, guarnecidos de bancos longos nos quais uma pessoa se estende ou as crianças e cães se perseguem na relva. Esses lugares estritos e delicados destinam-se sobretudo a ser contemplados do interior de uma casa de paredes móveis, sentado, de pernas cruzadas, na orla do pavimento liso, deixando absorver-se em si o crepúsculo ou o lugar. A parte do olfacto é assaz reduzida: os lírios, as peónias, os crisântemos, flores caracteristicamente japonesas, ou as cerejeiras ainda mais sumptuosas que as nossas, não dão frutos. As flores, com sagacidade, mas na aparência plantadas com negligência, não têm a abundância sensual dos nossos canteiros e respectivas guarnições, nenhum amante das flores, nem de resto, qualquer amante simplesmente conseguiria colher aqui os ramos abundantes de um Degas, de um Fantin-Latour ou de Breughel, o Jovem – semelhante prodigalidade seria sacrílega. As flores, tão estimadas, não o são somente por nós: discípulos ocidentais do ikebana, a arte japonesa das composições florais, notaram com frequência que a flor, antes de tomar o seu lugar num arranjo exacto e sóbrio, apenas é considerada pelo Mestre e seus alunos como um material. 

Marguerite Yourcenar . "Uma Volta pela Prisão" cap.XII

segunda-feira, 10 de junho de 2013

sábado, 8 de junho de 2013

Das árvores que eu vi nascer (8)

Persea americana

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Ah! É bom saber que se não fosse a chuva isto do investimento e da construção até tinha corrido bem.

"O comportamento do investimento é muito preocupante", disse Vítor Gaspar, acrescentando, porém, que o investimento foi "adversamente influenciado pelas condições meteorológicas do primeiro trimestre que afectaram a actividade da construção". >>

Chove

Por mim tudo bem desde que chova no meu jardim que não consegui regar esta semana.

Em Lisboa


quinta-feira, 6 de junho de 2013

Brancas, negras ou rubras


As amoras.

Mais uma metamorfose (ou como a planta de alvos frutos agora negros dá, tintos de sangue.)

Morus alba  .  Morus rubra

É para consumo e deleite exclusivo de românticos assolapados a metamorfose que Ovídio consagrou à Amoreira. A tragédia de Píramo e Tisbe condensa de forma magistral todos os ingredientes necessários - até aos dias de hoje - a uma boa história de amor arrebatador. 
E como todo o grande amor é uma metamorfose, nesta história as amoreiras que até então produziam frutos insípidos e incolores como são os frutos da amoreira-branca (Morus alba) sob a qual os dois apaixonados combinam encontrar-se*, passam a dar frutos muito mais apetecíveis e saborosos da cor do sangue tragicamente derramado por Píramo e Tisbe**.

*
e, para não errarem pelos vastos campos,
no túmulo de Nino, à sombra de uma árvore,
se encontrariam. Copa prenhe de alvos frutos,
alta amoreira havia junto à fonte gélida. 

**
Mas tu, árvore, (...)
guarda os sinais do sangue em negro fruto, apto
ao luto: monumento de uma morte gémea.

Tisbe


Thisbe . John William Waterhouse . 1909

Porque é o tempo das amoreiras e não é possível ignorar as amoras que andam pelo chão.

(...)
Numa parede-meia há uma fina greta,
surgida enquanto as casas eram construídas.
Ninguém notara a falha, nesses longos séculos,
- o que não vê o amor? - Logo a vistes, amantes,
e abristes via com a voz e ali seguros
costumavam trocar ternos murmúrios mínimos.
Sempre que Tisbe, de um lado e do outro Píramo,
notavam os seus mútuos suspiros, diziam:
“Invejosa parede, obstas por que os amantes?
Custava-te deixar-nos unir nossos corpos,
ou, ao menos, abrir-te para nos beijarmos!
Ingratos não somos, a ti agradecemos
por levar a ouvido amigo o que dizemos"
(...)
Ovídio "Metamorfoses" (daqui)

quarta-feira, 5 de junho de 2013

O Zé agora declarou guerra às flores

Mais um infeliz exemplo de excesso de zelo na cidade de Lisboa (isto para não lhe chamar estupidez). A batalha levada a cabo pelos serviços da CML foi no mínimo desigual, cinco homens poderosamente armados, contra uma pobre Buganvília cheia de boas intenções. Em Lisboa podem-se grafitar as paredes à vontade, mas livrem-se de florir!

Fácil

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Perguntar para sempre


Quando empreendi, há alguns anos, o estudo de laboratório dos peixes multicolores dos recifes, não foi apenas pelo prazer estético que a sua beleza me causava. Sempre tive um certo faro para os problemas biológicos interessantes. A primeira questão que me acudiu ao espírito foi a seguinte: Mas porque é que estes peixes têm cores tão berrantes?
Konrad Lorenz . "A Agressão - uma história natural do mal"

As crianças fazem, na maior parte das vezes, a mesma pergunta. Se calhar ser cientista é não se esquecer de fazer perguntas.

domingo, 2 de junho de 2013

Gezi Park


É um pequeno parque, com cerca de uma centena de árvores, no meio de uma das cidades mais populosas da Europa. Os habitantes de Istambul não concordam que este parque seja sacrificado para construir um centro comercial. Esta foi a gota de água...>>>

E aqui.