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quinta-feira, 16 de abril de 2015

Uma questão de escala

 Scilla speciosa Samp. ( Scilla peruviana L.)

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

De Portugal para o mundo


Scilla speciosa Samp.

Nunca é demais lembrar que esta flor espantosa, a cila mais bonita do mundo, é portuguesa. Só a enorme e inexplicável indiferença que os portugueses têm, primeiro, pelas plantas e, depois, por tudo o que é português, permitiu que o erro (de Clusius e consequentemente de Lineu) nunca fosse corrigido e que esta cila portuguesa continue a ser conhecida no mundo, e até em Portugal, como Cila do Peru, Jacinto do Peru ou até mais absurdamente como Lírio de Cuba (Cuban-lily). No que respeita a nomes comuns, justiça seja feita aos ingleses, e apenas a eles, que lhe chamam Cila portuguesa (Portuguese squill)

Mas seria injusto falar nesta confusão botânica e na indiferença própria dos portugueses sem recordar um daqueles portugueses de excepção, génio e coragem que sempre esteve atento a este e outros contrassensos. Gonçalo Sampaio foi um naturalista arguto que dominava com rigor a ciência botânica (ainda que o seu percurso académico não tenha sido o convencional), mas foi a sua personalidade inconformista que mais marcou a sua obra e lhe acrescentou um interesse científico que ainda hoje subsiste. Na sua obra (infelizmente inacabada) "Flora Portuguesa" várias vezes encontrou necessidade de desobedecer a certos dogmatismos que - como se pode ler no prefácio- são incompatíveis com o espírito científico, base indispensável de toda a ciência.

É assim que quando Gonçalo Sampaio na "Flora Portuguesa" descreve a "Albarrã do Peru" (referindo este nome comum para que não haja confusão)  lhe atribui o nome de Scilla speciosa Samprecusando pertinentemente a classificação quase divina do Sr.Lineu. (convém lembrar que já existia uma outra Cila portuguesa nomeada pelo Sr. Lineu como Scilla lusitanica por isso esse nome que seria o mais adequado não podia ser utilizado por Sampaio). Infelizmente,  talvez pelo desinteresse dos portugueses em defender o que só a eles interessa defender, o nome que Gonçalo Sampaio deu à famosa Cila,  cientificamente, é considerado um sinónimo de Scilla peruviana e não o contrário como seria correcto. Por minha conta e risco vou passar a utilizar aqui no blogue o nome Scilla speciosa Samp. como homenagem simultânea a um grande homem e a uma grande flor que está a florir neste momento na minha varanda.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Aprender com as plantas


Primeira lição: Desvelo

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Cilas e Gerânios (Eródios, vá) para espairecer

Scilla monophyllos

Erodium moschatum . L'Hér.


terça-feira, 1 de abril de 2014

O Sr.Lineu também se enganava


Scilla peruviana L.

O Mundo não seria o mesmo sem a genial ordem que o Sr. Lineu lhe instituiu, sem ele o Mundo era como aquelas casas muito desarrumadas onde, por mais que se procure, nunca se consegue encontrar nada. A enorme generosidade e dedicação com que o Sr. Lineu se entregou à descomunal tarefa de nos legar um mundo arrumadinho merece toda a nossa veneração e gratidão. 

Mas era humano o Sr. Lineu, e, como tal, às vezes enganava-se, enganou-se quando ao nomear esta nossa formidável scilla a outorgou para toda a eternidade ao Peru. Os Ingleses ainda tentaram remediar a injustiça, chamam-lhe Portuguese squill, mas é quase impossível mudar os lugares em que o Sr. Lineu arrumou as coisas e  por isso esta cila dificilmente deixa de ter fama de Peruana quando afinal é uma ilustre mediterrânea. 

Já nós em Português nunca lhe tentámos fazer justiça ou reivindicar a sua origem, só lhe conheço o nome comum, Cila-do-Peru, mais um exemplo do desprezo que temos pela nossa flora. 

sábado, 22 de março de 2014

Já não era sem tempo...

Há uma Scilla peruviana na minha vida.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Metamorfoses


Scilla monophyllos


O género Scilla, está a sofrer alterações, alguns botânicos propõem que certas plantas que até agora pertenciam a este género passem a ser reclassificadas e reagrupadas em novos géneros, sendo que com algumas isso já aconteceu, veja-se a Urginea que os meus queridos vizinhos mostram hoje. A Scilla monophyllos, por exemplo, pode em breve passar a chamar-se Tractema destino que, confesso, não lhe desejo.  Os nomes dados por Lineu, não me canso de o dizer, têm o encanto de nos lembrar histórias antigas e seria uma pena que isso deixasse de acontecer. As Scillas do Mediterrâneo, como esta nossa Cila-de-uma-folha que pode ser vista a florir por estes dias nos nossos bosques, transportam-nos, porque Lineu assim o quis, até aos amores loucos e desastrosos de Glauco por Cila relatados por Ovídio e referidos por Camões nos Lusíadas.



Glauco nasceu um pescador mortal. Descobrindo acidentalmente uma erva mágica que conseguia trazer os peixes que apanhava de volta à vida, decidiu experimentá-la em si mesmo. Após provar a erva, Glauco tornou-se imortal, mas também criou barbatanas e cauda de peixe, o que o forçaria a viver o resto da sua existência na água. Apesar de insatisfeito com esse efeito colateral, Glauco foi recebido por Oceano e Tétis com as honras das divindades, das quais aprenderia a arte da profecia.

Glauco apaixonou-se por Cila, uma bela ninfa, mas não foi correspondido: a ninfa sempre se afastava da água quando ele tentava aproximar-se, assustada pela sua aparência. O deus recorreu então ajuda à feiticeira Circe, pedindo-lhe que preparasse uma poção que fizesse que Cila o amasse. Porém, estando a própria bruxa já apaixonada por ele, tentou dissuadi-lo com palavras afetuosas. Ele, contudo, afirmou que árvores cresceriam no fundo do mar e algas no cimo das montanhas antes que ele deixasse de amar Cila.

Enfurecida, Circe enfeitiçou a fonte em que Cila se banhava, para que esta se tornasse um monstro de doze pés e seis cabeças. Então, quando Cila finalmente entrou na fonte, viu serpentes na água. Tentando fugir, deu-se conta de que as serpentes eram na verdade o seu próprio corpo. A ninfa foi chorar a Glauco, que a recusou devido à sua aparência terrível. Circe esperou a visita do deus, mas ele, sabendo ter sido obra dela, não a perdoou pela crueldade.


quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Recado

Scilla monophylla

Aquela conversa, um bocadinho pateta, de que se deve falar com as plantas, não me convence. Nada do que nós dizemos interessa minimamente a uma planta. Já ouvir o que elas têm para nos dizer, é bastante útil.

Isto para te dizer que as tuas Scilas, para florir, não precisam que lhes digas nada de especial. Ouve-as, só.

domingo, 11 de janeiro de 2009

Mignon


Lithospermum diffusum . Scilla monophyllos      


As flores da época são pequeninas, muito pequeninas, talvez porque a concorrência não é grande. Para as ver como deve ser é preciso andar de olhos bem abertos e de preferência rentes ao chão, pode não ser particularmente confortável, mas vale muito a pena porque uma vez focadas, são umas verdadeiras joias.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

As flores do mês * Janeiro


1 . 2 . 3
4 . 5 . 6
7 . 8 . 9

1 .  Magnólia 
Chegou ontem do Porto a boa notícia, as flores mais bonitas do Inverno estão a florir.

2 . Jacinto-do-campo .  Scilla monophyllos
 Nos pinhais e nas matas

3 . Aloe
Em Janeiro os aloés continuam floridos, adoro flores do Inverno com cores quentes.

4 . Dombeya x cayeuxii 
As Dombeyas de Lisboa já começaram a florir.

5 . Camélias
Mais uma flor de Inverno com o coração no Porto.

6 . Bergénia
 Nos canteiros de Lisboa >>

7 . Marmeleiro-do-Japão 
Surpreende-me bastante a escassez deste arbusto em Lisboa, é muito bonito, dá-se bem no nosso clima e solo, é resistente...E este ano começou a florir em Janeiro.

8 . Crocos
Com os narcisos, são os primeiros bolbos de jardim a dar sinal de vida e normalmente os primeiros aparecem em Janeiro.

9 . Fumária
Se bem que a época de floração "oficialmente" seja de Fevereiro a Junho, é normal começar a ver as fumárias floridas em Janeiro a colorirem os prados e baldios ainda muito verdes.

quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

Pinhal



Pinus halepensis
São reconhecidas as propriedades terapêuticas e revigorantes de um longo passeio pelos pinhais. Algumas horas despreocupadas caminhando pelo meio dos pinheiros, usufruindo dos seus odores, das suas cores e da tranquilidade da natureza, conseguem ter melhores resultados na cura dos comuns males de Inverno que a maioria dos remédios que podemos comprar para esse efeito.
Durante esses passeios procuro estar atenta às pequenas plantinhas que a maior parte das pessoas pisa distraidamente, algumas são plantas com virtudes terapêuticas extraordinárias, verdadeiros medicamentos naturais que já muito poucos conhecem e ainda menos utilizam. Do tempo em que se tinha que recorrer directamente à natureza para fins medicinais ficaram a grande quantidade de nomes populares (comuns) destas plantas e, mais importante, um grande respeito e veneração pela natureza, que nos meios rurais as pesoas mais antigas ainda mantêm. Tudo isso se está a perder e como estas insignificantes plantinhas não servem para nada estão a ser impiedosamente exterminadas.



Por esta altura no meu pinhal preferido as flores de Urze já perderam a cor roxa mas ainda estão bonitas.


Calluna vulgaris



Nomes comuns: Leiva, Mongariça, Queiró, Queiró-das-ilhas, Queiroga, Rapa, Torga, Torga-ordinária, Urze Urze-roxa, Quebra-panela, Mongariça, Carrasca, Barba-do mato,....
Usa-se Internamente como diurético e adstringente e externamente como anti-herpético (acne, herpes, etc.), descongestionante e analgésico.


As minúsculas florinhas azuis dos dos Jacintos-do-campo surgem junto à sua única folha, salpicando o chão das clareiras de pontinhos azuis.

Scilla monophyllos


Nomes comuns: Jacinto-do-campo, Cebola-albarrã, Cila-de-uma-folha,...
Planta bolbosa rica em substâncias activas e mesmo tóxicas. É diurética e expecturante. Externamente usam-se as escamas do bolbo (em verde) pisadas e formando cataplasma, aplicadas três ou quatro vezes ao dia cura os joelhos de àgua.

Começam também a florir umas pequeninas flores azuis, que à primeira vista podem ser confundidas com os conhecidos Miosótis, uma observação mais cuidadosa deixa claro que embora aparentadas estas flores não são as Orelhas-de-rato ou Miosótis-azuis. Na mesma família botânica (Boraginaceae) existem muitas espécies espontâneas em Portugal cujos nomes comuns não deixam dúvidas sobre o seu valor terapêutico, uma delas a Erva-das-sete-sangrias parece ser a florzinha azul do meu pinhal.
Lithospermum diffusum


Nome comum: Sargacinho, Erva-das-sete-sangrias, Erva-perlada, Sargaça-hispida, Sargaça-bastarda, Lágrimas.
Os pequenos frutos lustrosos são excelentes diuréticos
segundo diz o Dr. Oliveira Feijão no seu livro “Medicina pelas Plantas” editado em 1962 pela Livraria progresso editora.