segunda-feira, 30 de julho de 2007

Anthirrinum majus . cápsulas das sementes

40º!


domingo, 29 de julho de 2007

Os simples




Já no Sec. XVI Garcia de Orta as conhecia por - Os Simples- dedicou-lhes mais de trinta anos da sua vida e deu-lhes o protagonismo nos seus Colóquios.

"O maior elogio que podemos fazer às práticas médicas de Garcia de Orta - e não é pequeno- é o de serem simples, terra a terra, sem sombra ou vestigios de sobrenatural."

Conde de Ficalho em Garcia da Orta e o seu tempo (1886)

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Jardim Irregular


Pobres das flores nos canteiros dos jardins regulares.
Parecem ter medo da polícia...
Mas tão boas que florescem do mesmo modo
E têm o mesmo sorriso antigo
Que tiveram para o primeiro olhar do primeiro homem
Que as viu aparecidas e lhes tocou levemente
Para ver se elas falavam
...
*
Alberto Caeiro . O Guardador de Rebanhos
*
O meu jardim está a entrar num estado de excesso de irregularidade em que vale tudo, tenho que pôr os pés na terra e criar algumas regras, disciplinar algumas plantas. Apesar das palavras sábias do poeta a verdade é que a jardinagem carece de regras e os jardins só podem ser assim chamados quando existe alguma regularidade.
Acho que tenho muito pouco de jardineira e muito de sonhadora, não é que esteja à espera que elas falem, mas tenho sempre a ingenuidade de pensar que as plantas se conseguem organizar sozinhas. Num jardim isso é impossível.

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Diabretes


Nigella damascena L. Ranunculaceae

Aquele (prometido) cujo nome não pode ser pronunciado.


Ericeira com a Serra de Sintra no horizonte
"(...) A Certas horas, isto chega a ser vuluptuoso; a serra parece construída por um decorador de génio, os estilhaços das pedras são ruínas, e o mar largo embebe-se dum azul imaterial...
(...) E nos dias mais luminosos, a cor das águas chega a atingir o azul-turquesa."
Raul Proença em: Guia de Portugal (1924)

terça-feira, 24 de julho de 2007

Ler





Tenho a sorte de passar as férias numa casa que guarda livros de muitas outras férias e onde existe um sótão, local quase mágico, onde se vão acumulando inutilidades de todas as espécies que inesperadamente, um dia, se transformam em verdadeiros tesouros. Foi durante as já habituais incursões por esse local, vagueando pelas estantes poeirentas que fui juntando os livros que me acompanham durante as férias. Destes livros, uns acabarei por não ler, outros são apenas para recordar, mas pode acontecer que algum se torne muito importante e volte das férias comigo por alturas da rentrée, os outros retornam ao seu estatuto de lidos, até que novamente alguém os descubra.

domingo, 22 de julho de 2007

Cromoterapia


sábado, 21 de julho de 2007

Distúrbios


Ele há coisas!!!
Zonas verdes à custa de tratamentos prolongados deste tipo, Não obrigada!

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Viver para florir


Agave americana L. a florir

Agave; Aloé-dos-cem-anos; Cacto-dos-cem-anos; Piteira; Piteira-brava; Piteira-de-boi

As Piteiras não são cactos, são plantas aparentadas com os Lírios e as Amarilis, as suas folhas são constituídas pelas fibras vegetais mais resistentes que existem, o sisal é extraído de uma Agave (Agave sisalana). A Piteira vive para armazenar nas suas folhas os nutrientes necessários para um único florir que é a sua morte.


E agora que tal um djembé de piteira?

Desculturados


Ericeira

Desculturada? Ou apenas a construir um futuro muito feio?

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Desculturados

Largo de Santa Marta Ericeira
Estas "coisas" não são, nem nunca serão, árvores.

Desculturados

Populus ? . com 18 anos

Pinus pinea L. (7 anos)

“Era uma casa situada à beira-mar, pendurada como um ninho de gaivotas, na solitária fraga (...) As janelas do poente deitavam para o Oceano, as de leste para uma estéril planície, que terminava ao fundo numa cortina rareada de pinheiros enfezados; das meridionais divisava-se a branca vila da Ericeira.”
Pinheiro Chagas em Tristezas a Beira-Mar (1866)

Neste local, a Ericeira, em que ainda hoje todas as atenções estão viradas para “o mar solitário, imenso (...) às vezes sinistro, sempre melancólico” que referia P. Chagas, a paisagem circundante tem sido desprezada e por muitos descrita como árida e inútil. Em 1876 Ramalho Ortigão na obra As Praias de Portugal refere: “A pobre vila de Mafra (...) constrangida entre o mar e três léguas de terreno inútil (...)” já quando fala da Ericeira que na altura tinha 700 fogos, especifica que: “Em duas casas chegou a avistar alguns livros: caso extraordinário e raríssimo em Portugal, onde nas pequenas casas da província o livro é um objecto de luxo que ninguém se permite (...)" Curiosidade que justifica da seguinte forma: “A existência desta inclinação artística que nos Surpreendeu na Ericeira procede talvez da educação que os marítimos adquirem nas viagens, reunida à natureza especial do solo, que pela sua aridez em torno da vila obriga o viajante a recolher-se e a procurar no interior da sua casa as distracções que o campo e a paisagem não lhe facultam.”

É cada vez mais desoladora a paisagem que circunda a Ericeira, estas terras que Ramalho Ortigão adjectivou de inúteis, revelaram-se de grande utilidade para um novo tipo de actividade, totalmente selvagem e imoral, a construção civil. Afinal deu poucos frutos o “hábito tão moralizador da leitura aos serões” que o escritor pensa ter por cá ter encontrado no sec XIX.

Fernando Namora em 1988 no seu livro de crónicas Jornal sem data, descreve uma visita à Ericeira em que se apercebe que já pouco ou nada resta da “Minha Ericeira de tantos Verões(...) Como se os habitantes da vila tivessem sido expulsos por bárbaros invasores e destruídos os sinais da sua antiga presença. A Ericeira deixara de ser o que era. Quem permitira a devastação? Quem desenhara aqueles mostrengos de arquitectura? Quem caucionara a sanha corrosiva? (...) É que os povos não existem enquanto tal se desculturados.”
É nestes terrenos áridos, desculturados, em terras de gente virada para o mar que crescem as minhas árvores e mesmo que poucos lhes liguem, e só a custo consigam vingar, estou certa que são uma das maiores riquezas que por estes lados se pode ter.

terça-feira, 17 de julho de 2007

Mais uma scrophulariaceae


Verbascum sinuatum

A esta família de nome complicado, as Escrofolariáceas, pertencem algumas das minhas flores preferidas (pelo menos este ano), as Digitalis, as Linaria, os Antirrhinum majus, as Veronica ... E agora os Verbascum. Todas elas têm características comuns, a que eu mais gosto é a forma como vão florescendo ao longo de uma haste vertical.

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Sem Sol

Helianthus annuus


Clítia era uma ninfa da água que se apaixonou pelo deus do Sol, que não lhe correspondeu. Sofrendo, Clítia começou a definhar. Ficava durante todo o dia sentada no chão frio com suas tranças desatadas sob os ombros. Assim passaram-se os dias sem que ela comesse ou bebesse, alimentava-se apenas das próprias lágrimas. Durante o dia contemplava o Sol desde o nascente ao poente, era a única coisa que via e seu rosto estava sempre voltado para ele, à noite, curvava-se para chorar.
Finalmente, seus pés criaram raizes no chão, o rosto transformou-se numa flor que se move sob o seu caule de modo a acompanhar sempre o seu amado sol.
da Mitologia Grega

Imagino que em dias de Verão como o de hoje em que o sol não se digna aparecer os Girassois ficam todos baralhados.

domingo, 15 de julho de 2007

Este



Helichrysum italicum

E se de todos os meus locais tivesse mesmo que escolher um e só um... Provavelmente escolhia este onde vivem as Perpétuas-das-areias e onde cheira a caril porque estas plantas a que os Ingleses chamam Curry-plant perfumam intensamente o ar que se respira com prazer.

E só espero do fundo do meu coração que este local nunca possa ter um dono que lhe ponha um muro.


sábado, 14 de julho de 2007

Indecisão


Hydrangea L.

Pobres das Hortênsias, florezinhas indecisas que não sabem se são azuis ou cor-de-rosa, entregues aos caprichos de jardineiros que nada percebem das cores da natureza, ou, na melhor das hipóteses, ao pH do local onde se encontram.
"A cor das flores de hortênsia depende muito do pH do solo: solos ácidos produzem flores azuis, solos alcalinos dão origem a variedades rosa"
em Wikipédia

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Na beira da estrada

Scabiosa . Dipsacacées
Eu não acho uma boa ideia apanhar flores silvestres mas desta vez não resisti. Uma, só uma, destas Scabiosas na beira da estrada onde ninguém parecia reparar nela, parei, olhei, cheirei, fotografei.... Não resisti, com muito cuidado arranquei pela raiz...Está agora plantada no meu jardim não fosse alguém pisar a flor ali na beira da estrada.

Imortais

Helichrysum stoechas. Compositae

Imortais, Perpétuas ou Sempre-vivas, são alguns dos nomes dados às flores do género Helichrysum ao qual pertencem as famosas, Australianas, flores de papel que têm a particularidade de poderem secar sem perder a forma e a cor originais.
Estas, Marcenilha; Perpétuas; Perpétuas-das-areias; Perpétua-de-flores-encarreiradas; Mato-de-São-João, Perpétuas-amarelas, são muito comuns nos nossos campos. É uma flor rica em óleos essenciais com poderosos poderes curativos e antioxidantes, verdadeiros elixires da longa vida.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Ir a banhos


Anagalis moneli
"Tinham gozado muito na Ericeira(...)
Ludovina tomara banhos; estava forte, mais gorda, e nunca ele a vira com tão boa cara (...)"
Eça de Queiróz . Alves & Cª

O Verão este ano não está para grandes banhos, mar bravo, fortes nortadas, temperaturas baixas.... Mas valeu bem a ida à praia quando encontrei nas falésias as Anagalis que há muito procurava.

terça-feira, 10 de julho de 2007

Nigela-bastarda

Agrostemma githago

Este florir , infelizmente, escapou-me, quando cá cheguei já só encontrei as cápsulas onde se estão a desenvolver as sementes, a Agrostemma githago é outra anual originária do sul da Europa, era comum em prados e terrenos cultivados com cereais, a utilização de herbicidas e as modernas práticas agrículas estão a acabar com elas. Talvez por ser venenosa , esta planta é identificada pelo povo com inúmeros nomes (» Axenuz; Beijos-de-freira; Canavora; Candelária; Erva-fina; Erva-sapa; Nigela; Nigela-bastarda; Nigela-dos-trigos).

domingo, 8 de julho de 2007

Surpresas


Nigella damascena L. Ranunculaceae



Ainda há dias aqui me queixava de nunca ter encontrado uma Nigella damascena espontânea, estas flores espantosas, muito conhecidas e utilizadas em jardinagem no mundo inteiro, são espontâneas no sul da Europa, Portugal incluído, onde com alguma sorte podem ser vistas nos terrenos cultivados ou incultos. Curiosamente por cá não são muito utilizadas em jardinagem, e mais curioso ainda, esta inspiradora flor que tantos nomes comuns ganhou pelo mundo inteiro*, parece não ter nome em português.

Estas estão no meu jardim, infelizmente não são espontâneas, no Inverno deitei umas sementes para um canteiro e como já é habitual esqueci-me, foi uma agradável surpresa dar com elas a florir quando aqui cheguei. Oportunamente mostrarei as cápsulas com as sementes que originaram o nome comum Devil-in-the-bush, neste momento podemos apenas admirar Love-in-a-mist.

*Inglês: Black Caraway, Black Cumin, Black Seed, Damascena, Devil in-the-bush, Fennel flower, Melanthion, Nutmeg Flower, Roman Coriander, Wild Onion Seed

Francês: cheveux de Venus, nigell, poivrette

Alemão: Scharzkummel (black caraway)

Italiano: nigella

Espanhol: neguilla

Indiano: kala zeera (lit, ‘black cumin’), kalonji, krishnajiraka


No meu jardim

Gaura lindheimeri . Zygaena fausta L.

Como quem num dia de Verão abre a porta da casa
E espreita para o calor dos campos com a cara toda,
Às vezes, de repente, bate-me a Natureza de chapa
Na cara dos meus sentidos,
E eu fico confuso, perturbado, querendo perceber
Não sei bem como nem o quê...

Mas quem me mandou a mim querer perceber?
Quem me disse que havia que perceber?

Quando o Verão me passa pela cara
A mão leve e quente da sua brisa,
Só tenho que sentir agrado porque é brisa
Ou que sentir desagrado porque é quente,
E de qualquer maneira que eu o sinta,
Assim, porque assim o sinto, é que é meu dever senti-lo...

Alberto Caeiro . O Guardador de Rebanhos

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Digitalis purpurea

terça-feira, 3 de julho de 2007

Suas excelências os Tis


Ocotea foetens . Levada do Folhadal

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Pelas Levadas e Veredas da Madeira

Levada da Fajã da Ama
Echium candican . Boca da Encumeada
Com um guia indispensável
Levadas e Veredas da Madeira
Raimundo Quintal

domingo, 1 de julho de 2007

Procurando os Srs. Tis

Ocotea foetens . Madeira