Pinhal
São reconhecidas as propriedades terapêuticas e revigorantes de um longo passeio pelos pinhais. Algumas horas despreocupadas caminhando pelo meio dos pinheiros, usufruindo dos seus odores, das suas cores e da tranquilidade da natureza, conseguem ter melhores resultados na cura dos comuns males de Inverno que a maioria dos remédios que podemos comprar para esse efeito.
Durante esses passeios procuro estar atenta às pequenas plantinhas que a maior parte das pessoas pisa distraidamente, algumas são plantas com virtudes terapêuticas extraordinárias, verdadeiros medicamentos naturais que já muito poucos conhecem e ainda menos utilizam. Do tempo em que se tinha que recorrer directamente à natureza para fins medicinais ficaram a grande quantidade de nomes populares (comuns) destas plantas e, mais importante, um grande respeito e veneração pela natureza, que nos meios rurais as pesoas mais antigas ainda mantêm. Tudo isso se está a perder e como estas insignificantes plantinhas não servem para nada estão a ser impiedosamente exterminadas.
Por esta altura no meu pinhal preferido as flores de Urze já perderam a cor roxa mas ainda estão bonitas.
Calluna vulgaris
Nomes comuns: Leiva, Mongariça, Queiró, Queiró-das-ilhas, Queiroga, Rapa, Torga, Torga-ordinária, Urze Urze-roxa, Quebra-panela, Mongariça, Carrasca, Barba-do mato,....
Usa-se Internamente como diurético e adstringente e externamente como anti-herpético (acne, herpes, etc.), descongestionante e analgésico.
As minúsculas florinhas azuis dos dos Jacintos-do-campo surgem junto à sua única folha, salpicando o chão das clareiras de pontinhos azuis.
Scilla monophyllos
Nomes comuns: Jacinto-do-campo, Cebola-albarrã, Cila-de-uma-folha,...
Planta bolbosa rica em substâncias activas e mesmo tóxicas. É diurética e expecturante. Externamente usam-se as escamas do bolbo (em verde) pisadas e formando cataplasma, aplicadas três ou quatro vezes ao dia cura os joelhos de àgua.
Lithospermum diffusum
Os pequenos frutos lustrosos são excelentes diuréticos segundo diz o Dr. Oliveira Feijão no seu livro “Medicina pelas Plantas” editado em 1962 pela Livraria progresso editora.
5 comentários:
Engraçado que hoje mesmo estive a perguntar ao caseiro se costuma usar a erva-das-7 sangrias que salpica de cor o terreno da mata. E ele disse-me que sim, que faz chá com as flores, folhas e parte do caule para tratar do fígado. Em tempos tive aqui uma série de pessoas a fazer a limpeza da mata e diziam-me assim: "- A senhora nem faz ideia da riqueza que tem aqui!" Só depois é que percebi que a minha fortuna residia na quantidade de pézinhos dessa erva. Achei graça referires-te a ela neste post. E quanto aos passeios terapêuticos, tens toda a razão, são óptimos para o stress e outros males nervosos :)) E se nesse passeio tivermos alguém amigo que converse sobre coisas interessantes, a terapia poderá ser mais potenciada. Gosto de ler os teus textos e de ver as tuas fotos. Aprendo sempre mais alguma coisa. Um beijinho
Que bom Ana!
Mas fique bem claro que não é meu objectivo ensinar, às vezes até tenho medo que me levem demasiado a sério, tento ser o mais rigorosa possível mas eu é que estou a aprender e agradeço muito todas as correcções.
Da redoma, saí pelo teu pinhal encantado. As tais pequenas coisas minúsculas, temos de nos baixar para as sentir e ver. Obg e Abç
:-) as joias mais bonitas são pequeninas.
Tudo que se refere à natureza deveria ser mais estudado por nós. Há tão grande variedade de plantas medicinais, várias para cada um dos nossos males que ficaríamos surpresos com o quanto economizariamos em remédios e quantas vidas seriam salvas.
Mari
http://plantasmedicinaisdaamazonia.googlepages.com/
Enviar um comentário