terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Poema ao Dragoeiro



Dragoeiro velho
No claustro sem monge;
Gritavam por Santiago,
Vendiam sangue de drago,
Assim ganharam ao longe

Do Japão trouxeram as rosas
Contra mártires de sotaina
E coisas prodigiosas:
Agora mudam de faina,
Agora vendem as rosas.

Se a Minha teve resgate,
Nosso sangue nos custou.
Eu fui o sange dragado:
Uma fusta em Guzerate
Para sempre ma levou.

Dragoeiro velho
Como meu avô,
Também fui vermelho,
Ora já não sou.

Eu te guardo ao espelho,
Hoje sou teu dragão:
Dormirei na oblíqua
Rosa do Japão.



Árvore sagrada,
Já tudo mudou,
Que a rosa roubada
Nas ondas voltou.

Vitorino Nemésio . "
POEMA AO DRAGOEIRO DO CLAUSTRO DO COLÉGIO DOS JESUÍTAS DE ANGRA"

1 comentário:

Miguel Jorge disse...

Adoro os dragoeiros.