quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Medicinal


Justicia adhatoda L.

Algumas plantas são umas verdadeiras caixinhas de surpresas, esta que encontrei na Primavera passada a florir num jardim de Lisboa é um desses casos. A semelhança com as flores dos acantos ajudou a identificar a família: Acanthaceae (a família dos acantos). Mas esta é uma família numerosa, tem cerca de 250 géneros diferentes e mais de 2500 espécies quase todas oriundas de regiões exóticas  e climas tropicais, a tarefa não parecia fácil... A verdade é que sem grande esforço acabei por tropeçar hà dias no nome dela quando reparei que havia um epíteto específico que significava literalmente "as cabras não lhe tocam" o que numa planta é extremamente invulgar já que, como se sabe, as cabras comem todas as plantas. Foi a curiosidade de conhecer a planta capaz da tirar o apetite às cabras que me levou de volta à Acanthaceae que tinha fotografado uns meses atrás. 

O  género Justicia é uma homenagem a um homem que dedicou a vida à botânica e que o Sr Lineu com toda a certeza admirava - James Justice (1698-1763) - e o epíteto adhatoda  (adu=cabra, thoda-=não lhe toca) já se sabe. 
É uma planta originária da Ásia onde existe em grande abundância e onde as suas virtudes medicinais são muito apreciadas. É ainda utilizada para tingir tecidos, as folhas são usadas como adubo natural, é insecticida...

A quem a plantou nos jardins de Lisboa tenho a agradecer tudo o que aprendi com ela. E dos incompetentes que neste momento estão responsáveis por estes jardins espero apenas que a consigam manter viva.

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