Celtis australis - Psittacula krameri
Numa pequenissima investigação na net fique a saber que esta ave é o Periquito-rabijunco ou Papagaio-verde-de-colar (Psittacula krameri). Em nenhum lado li sobre a sua preferência alimentar pelos frutos do Lodão, mas sendo esta árvore muito comum em Lisboa pode bem ser uma das razões porque os sinpáticos periquitos por cá se dão tão bem.
Com esta minha mania de andar sempre de cabeça no ar, já não é uma grande novidade a existência de papagaios nos jardins de Lisboa, vejo-os muitas vezes em bandos barulhentos e coloridos. Suponho que tenham escapado do cativeiro e posteriormente se tenham adaptado à vida em Liberdade nidificando, reproduzindo-se nos parques da cidade e alimentando-se de frutos das árvores tropicais que por lá abundam . Hoje encontrei um bando de cerca de dez papagaios em alegre cavaqueira em cima de um Lodão bastardo no Parque Eduardo VII, deliciavam-se com a polpa das drupas (frutos carnosos com uma semente) , lançavam as sementes para o chão onde os desajeitados pombos as esperavam. Cada vez que os papagaios cantando alegremente mudavam de árvore para lá seguiam mudos e invejosos os calões dos pombos para comer as sementes do Lodão bastardo que os papagaios generosamente devolviam à natureza.
Numa pequenissima investigação na net fique a saber que esta ave é o Periquito-rabijunco ou Papagaio-verde-de-colar (Psittacula krameri). Em nenhum lado li sobre a sua preferência alimentar pelos frutos do Lodão, mas sendo esta árvore muito comum em Lisboa pode bem ser uma das razões porque os sinpáticos periquitos por cá se dão tão bem.
As árvores crescem sós. E a sós florescem.
Começam por ser nada. Pouco a pouco
se levantam do chão, se alteiam palmo a palmo.
Crescendo deitam ramos, e os ramos outros ramos,
e deles nascem folhas, e as folhas multiplicam-se.
Depois, por entre as folhas, vão-se esboçando as flores,
e então crescem as flores, e as flores produzem frutos,
e os frutos dão sementes,
e as sementes preparam novas árvores.
E tudo sempre a sós, a sós consigo mesmas.
Sem verem, sem ouvirem, sem falarem.
Sós.
De dia e de noite.
Sempre sós.
Os animais são outra coisa.
Contactam-se, penetram-se, trespassam-se,
fazem amor e ódio, e vão à vida
como se nada fosse.
As árvores não.
Solitárias, as árvores,
exauram terra e sol silenciosamente.
Não pensam, não suspiram, não se queixam.
Estendem os braços como se implorassem;
com o vento soltam ais como se suspirassem;
e gemem, mas a queixa não é sua.
Sós, sempre sós.
Nas planícies, nos montes, nas florestas,
a crescer e a florir sem consciência.
Virtude vegetal viver a sós
e entretanto dar flores.
António Gedeão