Poema da árvore
As árvores crescem sós. E a sós florescem.
Começam por ser nada. Pouco a pouco
se levantam do chão, se alteiam palmo a palmo.
Crescendo deitam ramos, e os ramos outros ramos,
e deles nascem folhas, e as folhas multiplicam-se.
Depois, por entre as folhas, vão-se esboçando as flores,
e então crescem as flores, e as flores produzem frutos,
e os frutos dão sementes,
e as sementes preparam novas árvores.
E tudo sempre a sós, a sós consigo mesmas.
Sem verem, sem ouvirem, sem falarem.
Sós.
De dia e de noite.
Sempre sós.
Os animais são outra coisa.
Contactam-se, penetram-se, trespassam-se,
fazem amor e ódio, e vão à vida
como se nada fosse.
As árvores não.
Solitárias, as árvores,
exauram terra e sol silenciosamente.
Não pensam, não suspiram, não se queixam.
Estendem os braços como se implorassem;
com o vento soltam ais como se suspirassem;
e gemem, mas a queixa não é sua.
Sós, sempre sós.
Nas planícies, nos montes, nas florestas,
a crescer e a florir sem consciência.
Virtude vegetal viver a sós
e entretanto dar flores.
António Gedeão
8 comentários:
Oi!
Me empresta esse poema pra eu postar hoje que é dia da árvore?
Obrigado!
O Gedeão é que empresta.
Só dos idiotas cortam árvores, com ou sem motivo. E os que não leram esse poema ainda.Muito bom.
vou usar esse poema para apresentar no colegio...
muito bom...
valeu por esse poema vou pegar enprestado pra minha escola fui valeuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Oi! Adorei o poema... me empresta ele para trabalhar o DIA DA ÁRVORE, com meu pequenos na escola?! OBRIGADA!!!
Vou pegar enprestadoo pra usar no cartaz da escolaaaa
Peguei emprestado ok !?
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