O belo é útil por ser belo.
São seres silenciosos que, a nosso lado, partilham quotidianamente a mesma única vida, a sua e a nossa vida. Mal damos por elas, as árvores, tão comum e familiar é a sua antiquíssima presença perto de nós, e tão anónima. A maior parte das vezes pouco mais somos capazes de dizer do que 'árvore', ou 'árvores', porque também as nossas palavras se foram, pouco a pouco, tornando silenciosas. E, no entanto, cada árvore, como cada um de nós, é um ser absoluto e irreptível, idêntico apenas mutantemente a si mesmo, uma vida única com uma história única, um passado para sempre atado, de forma única, ao nosso próprio passado. (...)
O que há, como dizia o outro, é pouca gente para dar por isso. E para deslumbradamente descobrir que o belo é útil por ser belo.
1 comentário:
«Fazer um filho, plantar uma árvore, escrever um livro»: não será em vão tais desideratos para que um homem se complete. Não no sentido literal. A magia da palavra permite relevar a beleza, quer do homem, quer da natureza, no caso, a árvore, afirmando-os como seres únicos. E que me perdoem as muito feias (de espírito e desprovidas de alma), "... mas a beleza é fundamental!" , como já dizia Vinícius.
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