quinta-feira, 14 de março de 2013

Hoje fui caçadora de magnólias



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Porque me fiz caçador de magnólias? A pergunta deveria ser: porque não o somos todos? Encontrá-las transformou-se numa missão da qual quase se poderia dizer que depende a sobrevivência da espécie. Da nossa espécie.

Localizo-as, tomo uns quantos apontamentos que poderão ser sobre a tonalidade, o perfume, ou o desenho particular que as pétalas mortas traçam sobre o solo, e caço-as. Como caço? Bem, creio que da mesma forma que todos os outros o fazem, mas, enfim, posso explicar. Coloco-me ao lado do tronco, sob a ramagem, aspiro o perfume subtilmente adocicado, olho o céu através dos ramos, depois afasto-me um pouco para contemplar o indivíduo na sua totalidade.
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