Árvores que contam histórias #3
O que tentam dizer as árvores
no seu silêncio lento e nos seus rumores,
o sentido que têm no lugar onde estão,
a reverência, a ressonância, a transparência
e os acentos claros e sombrios de uma frase aérea.
E as sombras e as folhas são a inocência de uma ideia
que entre a água e o espaço se tornou uma leve
integridade.
Sob o mágico sopro da luz são barcos transparentes.
Não sei se é o ar se é o sangue que brota dos seus
ramos.
Ouço a espuma finíssima das suas gargantas verdes.
Não estou, nunca estarei longe desta água pura
e destas lâmpadas antigas de obscuras ilhas.
Que pura serenidade da memória, que horizontes
em torno do poço silencioso! É um canto num sono
e o vento e a luz são o hálito de uma criança
que sobre um ramo de árvore abraça o mundo.
António Ramos Rosa, 'cada árvore é um ser para ser em nós', p.37.
3 comentários:
:)
beijo
dia muito feliz
Que poema tão bem escolhido!...
Não conhecia e já o li uma série de vezes :))
Um abraço
Lindo o tronco da arvore, o poema e a sensibilidade do blog. Parabens plo trabalho k tem feito.
Bjinho
Enviar um comentário