quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Plantas úteis sem utilidade

Ceratonia siliqua L.
Alfarrobeira; Figueira-do-Egipto; Fava-rica

Tenho uma Alfarrobeira muito generosa, todos os anos desperdiço uma enorme quantidade de alfarroba porque não faço ideia do que fazer com ela... Não me venham com histórias de bolinhos e tal... Essas coisas são feitas com farinha de alfarroba. Será que a alfarroba triturada naquela máquina infernal de jardinagem, que eu nunca usei, dá um bom adubo?
Este ano vou guardar algumas sementes e fazer Alfarrobeirazinhas.
A produção de Alfarroba está a diminuir drásticamente, e a ser substituida por outras culturas porventura menos úteis e com consequências nefastas para os solos e economia dos países produtores. Porquê que a Alfarroba deixou de ser util?

16 comentários:

teresa g. disse...

Há quem as coma... embora eu sinceramente as ache intragáveis.

É possível que as vagens trituradas dêem um bom adubo, é uma leguminosa, se bem me lembro (?). Talvez seja uma boa experiência!

Maria Lua disse...

Rosa,

e eu a pensar que tinha feito algo para salvar essa árvore... sim, com 4,70 m de P.A.P. seria impossível não a visualizar e saber qual era!
Para falar a verdade, tive um pouco de alegria ao receber esta resposta no intuito de me convecer que a CM de Loures até gostava de árvores (mesmo que tenha arrasado/podado imensas, algumas bem centenárias...).
E tens toda a razão, a verdadeira árvore já não existe...
Obrigado pela visita/partilha.

Maria Lua disse...

Rosa,

eu gostava muito de ter uma alfarrobeira! Porque sou vegetariana e muitas vezes utilizo a farinha de alfarroba em susbstituíção do chocolate/cacau e tenho a sorte de ter conhecer um antigo moinho que ainda trabalha e faz farinha...
Se quiseres trocar, neste momento tenho duas nogueiras e algumas gingeiras.
Foi uma ideia, porque há muito tempo gostava de ter uma alfarrobeira, mas não encontro á venda...
:)

gintoino disse...

Tb tenho uma alfarrobeira enorme no jardim. Todos os anos a minha vizinha da frente me pede para ir apanhar as alfarrobas (aparentemente rendem bom dinheiro), por isso não tenho de me preocupar mto com isso. Aqui no algarve ainda há muita gente q produz/apanha alfarroba (pelo menos aqui para os meus lados) e parece q ainda há uma "fabrica" de farinha de alfarroba activa em plena cidade de faro (qdo se passa perto o cheiro é delicioso)

Paulo disse...

E no Algarve fazem uns doces de alfarroba deliciosos. Pena que haja por lá tantas quintas ao abandono. É muito triste ver o desinteresse das pessoas pela terra. A menos que ela valha bom dinheiro para construção.

Rosa disse...

A Alfarroba pode ser 100% utilizada artesanalmente, mas também nas indústrias - Alimentar, farmacêutica, cosmética, têxtil, química, etc. Por alguma razão que eu desconfio que tenha a ver com irresponsáveis subsídios, as alfarrobeiras algarvias estão a ser substituídas por laranjeiras, que(ao contrário das alfarrobeiras) consomem grande quantidade de água e contribuem para o empobrecimento dos solos.

Maria Lua disse...

Novamente eu,

sou terrívelmente "chata", ou não escrevo comentários ou quando o assunto tem algum interesse não resisto! Sorry...
Sobre a Alfarroba (que eu gosto muito), o ano passado tentei adquirir uma e fiz alguma pesquisa (posteriormente fiz um post com os resultados no blogue por ser deveras importante) e tomei conhecimento que, na altura, Portugal era um dos maiores produtores mundiais desse produto (artigo em: http://www.fcsh.unl.pt/cadeiras/plataforma/foralinha/atelier/a/www/view.asp?edicao=09&artigo=358 ) e que, contrariando a tendência até então, o Algarve estava a transformar os pomares de citrinos em terras de Alfarroba (artigo http://www.agroportal.pt/x/agronoticias/2005/10/23c.htm ). Lembro de alguns algarvios afirmarem que as pessoas não estavam bem da cabeça, porque primeiro cortaram as alfarrobeiras para plantarem citrinos (e como disseste consumem imensa água numa região com falta dela...) e agora estavam a arrancar as árvores de citrinos para plantarem novamente alfarrobeiras...
Parece que os portugueses só querem dinheiro e por ele vão destruíndo sem pensar nas consequências futuras ( o importante é pagar a casa, ter um novo automóvel, ir de férias para a Jamaica ou Cuba...)
;)

Pedro Nuno Teixeira Santos disse...

Embora chegando um pouco atrasado à discussão, queria aqui deixar a minha opinião sobre o assunto.
A verdade é que nos últimos anos parece ter aumentado a área ocupada pela espécie (em resultado de uma crescente procura motivada pelo interesse de vários tipos de indústria pela alfarroba); no entanto, esta aparente história de sucesso para a fragilizada agricultura algarvia parece estar ameaçada pela concorrência externa (que conseguirá produzir o produto de forma mais barata).

Lamento profundamente se não houver imaginação e capacidade de iniciativa para superar estas contrariedades, pois a cultura de alfarroba poderia ajudar a "prender" algumas pessoas à terra e ajudar a evitar que "todos" os algarvios vivessem "em cima do mar".

Em relação à cultura de citrinos, que com certeza não é solução para tudo, o problema não estará tanto na espécie mas na forma como continuamos a lidar com a gestão da água; ou seja, o problema está no facto de desde sempre estarmos habituados a desperdiçar água. Se os sistemas de rega fossem mais eficientes, poderia ser diminuída em larga escala o consumo de água na rega destes pomares (aliás isto é válido para a generalidade da nossa agricultura). Os espanhóis regam extensões enormes de pomares pos sistema "gota-a-gota" há muitos anos. Lembro-me de ter visto há uns naos, na SIC notícias, a imagem de um olival plantado por um espanhol no Alentejo, que era regado com a água de um depósito minúsculo, precisamente através desse sistema...por cá, com a nossa mentalidade de "novos ricos", desperdiçamos enquanto ela abunda e, quando nos falat, rezamos à "generosidade" do S. Pedro.


Aliás, não é nenhum "segredo de estado" que no nosso país é ao nível da agricultura que existe um maior desperdício de água, precisamente por falta de eficiência nos sistemas de rega e inadequação de muitas culturas ao tipo de solo e clima. Aliás, ainda há dias o "Público" falava dos incontáveis pontos de fuga nos sistemas de regadio de Alqueva.Mas isso levava-nos longe!...

Se houvesse esse cuidado na rega, e o mesmo no uso de adubos e pesticidas, a cultura dos citrinos até poderia ser vista como benéfica, pois também ela (em especial no concelho de Silves) ajuda a manter uma população rural cada vez mais escassa.

A mim preocupa-me mais a rega dos campos de golfe!

E sim, as sobremesas de alfarroba são fabulosas!

Paúl dos Patudos disse...

Convido a visitar o meu simples espaço... com árvores
abraço
Ana PAula

Anónimo disse...

Há um processo simples para ter uma alfarrobeira. É semear as sementes da dita planta.
É verdade que ela leva uns bons anitos até adquirir um tamanho razoável, mas , para quem gosta, é giro vê-las crescer.
Duarte

Unknown disse...

Boa noite, peço desculpa pela intromissão pois pouco precebo de alfarrobeiras, mas tenho um terreno devastado pelo fogo e oa abandono e que este ano tenho tentado reflorestar procurando também diversificar ao máximo a vegetação ali existente, com árvores existentes no nosso país quer na forma espontanea como p. ex. os medronheiros, quer nessa formar já muito tradicional como p. ex. os castanheiros, e é nessa sequência que gostava de saber onde na zona de Lisboa posso arranjar as sementes (alfarrobas), ou se alguém que as tenha me pode entregar algumas por correio ou até pessoalmente. Desde já agradeço a atenção que me possam dar, o meu contacto é joaommsp@gmail.com
João Miguel

Ecossistemas disse...

Há um processo simples para ter uma alfarrobeira. É semear as sementes da dita planta.
É verdade que ela leva uns bons anitos até adquirir um tamanho razoável, mas , para quem gosta, é giro vê-las crescer.
Duarte

PARABENS A MELHOR SOLUÇÃO - ECOLÓGICA - EMPREENDEDORA E EVOLUTIVA .
Comer tambem só fica bem pois é antioxidante ,laxante,e calórica utilizada em conservantes,chocolates,espessantes e remédios ou cremes.
Pesquisem um estrangeiro no Alentejo que as plantou e tem um negocio de vento em pôpa.
O nosso é aproveitar as que seriam dizimadas e colocar as respectivas em destinos ornamentais em jardins mundiais tais como o PINE CLIFFS que levou o PRÉMIO do melhor resort do mundo e tam 20 Alfarrobeiras Centenárias exempelares que se não fosse a ECOSSISTEMAS E OLIVEIRAS DE PORTUGAL seriam dizimadas pela IC22ou Via do Infante .
www.oliveiras de portugal.com

Em ultimo recurso apanhe ou deixe os cigans apanhar

Anónimo disse...

Que pena fazer adubo com as Alfarrobas podendo fazer um bom bolo
Bolo de alfarroba
Ingredientes:
5 ovos
2 chávenas mal cheias de açúcar
1 chávena de farinha com fermento
1 chávena de farinha de alfarroba
1 chávena de leite
2 colheres de sopa de Azeite

Preparação:
Batem-se muito bem os ovos com o açúcar até ficarem esbranquiçados.

Juntam-se os outros ingredientes e mexe-se bem.

Deita-se numa forma bem untada e vai ao forno a cozer.

Vitisgarden disse...

Para MARIA LUA e JOÃO, não sei quando vossos comentarios foram escritos, mas se não for demasiado tarde, posso-vos dizer que tenho meia duzia de pés de alfarrobeiras entre um e dois palmos que vos ofereço de boa vontade. Nasceram por conta própria e tenho pena de os eliminar. Sou de Albufeira e o meu e-mail é o mcgoncalves@sapo.pt. Para ANA PATUDOS, convida para ir ver o quê e onde?

Cristal disse...

Para as muitas pessoas que não percebem do assunto, e que vejo que aqui são muitas, queria dizer que no Algarve existem muitas pessoas a apanhar alfarrobas e a ganhar dinheiro com isso, e depois existem as fabricas de alfarroba onde as pessoas vão vender ao preço do mercado o respectivo produto.
A Alfarroba neste momento já ultrapassou a laranja, na medida em que exporta mais de 90% da sua produção para todos os paises do resto do mundo.
A farinha de alfarroba, é utilizada nas papas para bebés (cerelac) e nos doces, sendo muito utilizado pela Olá e Nestlé nos seus gelados, para lhe dar um sabor especial e para lhes dar forma, assim como a Delta que requer de muita farinha de alfarroba para confeccionar os seus melhores cafés, sendo também utilizada na farmacêutica (nos xaropes), extractiva, de papel, cosmética e têxtil...
Sendo que só a parte do triturado ou alfarroba inteira esta destinada a rações para animais.


A crescente importância da alfarroba tem despertado o interesse dos agricultores algarvios que apostam, agora, no cultivo de milhares de alfarrobeiras.
Tem-se verificado o cultivo desregrado destas árvores: agora arrancam-se citrinos para plantar alfarrobeiras, quando, há uns anos atrás, se cortavam as alfarrobeiras para se plantar laranjeiras.
A “Indústria Farense, Lda.” é responsável por certa de 50% da transformação nacional da alfarroba, sendo que não é preciso recorrer-se á transformação em outros paises como a Espanha, conseguindo-se assim manter o preço competitivo.
È pena que no resto do mundo as pessoas conheçam melhor a alfarroba, do que os prórpios portugueses, e que a sua divulgação seja maior do que cá em Portugal.

Espero ter dado algumas novidades sobre este fruto seco, deveras ainda muito desconheçido apesar de ter bastantes utilidades.

Cristal disse...

Para as muitas pessoas que não percebem do assunto, e que vejo que aqui são muitas, queria dizer que no Algarve existem muitas pessoas a apanhar alfarrobas e a ganhar dinheiro com isso, e depois existem as fabricas de alfarroba onde as pessoas vão vender ao preço do mercado o respectivo produto.
A Alfarroba neste momento já ultrapassou a laranja, na medida em que exporta mais de 90% da sua produção para todos os paises do resto do mundo.
A farinha de alfarroba, é utilizada nas papas para bebés (cerelac) e nos doces, sendo muito utilizado pela Olá e Nestlé nos seus gelados, para lhe dar um sabor especial e para lhes dar forma, assim como a Delta que requer de muita farinha de alfarroba para confeccionar os seus melhores cafés, sendo também utilizada na farmacêutica (nos xaropes), extractiva, de papel, cosmética e têxtil...
Sendo que só a parte do triturado ou alfarroba inteira esta destinada a rações para animais.


A crescente importância da alfarroba tem despertado o interesse dos agricultores algarvios que apostam, agora, no cultivo de milhares de alfarrobeiras.
Tem-se verificado o cultivo desregrado destas árvores: agora arrancam-se citrinos para plantar alfarrobeiras, quando, há uns anos atrás, se cortavam as alfarrobeiras para se plantar laranjeiras.
A “Indústria Farense, Lda.” é responsável por certa de 50% da transformação nacional da alfarroba, sendo que não é preciso recorrer-se á transformação em outros paises como a Espanha, conseguindo-se assim manter o preço competitivo.
È pena que no resto do mundo as pessoas conheçam melhor a alfarroba, do que os prórpios portugueses, e que a sua divulgação seja maior do que cá em Portugal.

Espero ter dado algumas novidades sobre este fruto seco, deveras ainda muito desconheçido apesar de ter bastantes utilidades.