quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Voz e aroma



A brisa vaga no prado,
Perfume nem voz não tem;
Quem canta é o ramo agitado,
O aroma é da flor que vem.

A mim, tornem-me essas flores
Que uma a uma eu vi murchar,
Restituam-me os verdores
Aos ramos que eu vi secar

E em torrentes de harmonia
Minha alma se exalará,
Esta alma que muda e fria
Nem sabe se existe já.

Almeida Garrett

1 comentário:

YellowMcGregor disse...

Nos galhos que se acham mortos
Rompem-se flores desabrochadas
Que na alma muda e fria do poeta,
Novas chamas se vejam debruadas.

Com um ramo de :-)