Abater árvores para construir jardins é loucura
Ainda não tive coragem para ir ver, mas diz quem viu que foi um massacre o que se passou (e ainda está a passar) na Ribeira das Naus. Muitas dezenas de árvores adultas e saudáveis estão a ser abatidas indiscriminadamente para, e agora espantem-se, construir um novo Jardim... A questão é simples:
2 comentários:
Quando um arquiteto é incumbido de requalificar um edifício, sobretudo quando este tem valor arquitetónico, o seu primeiro objetivo deverá ser tentar preservar a estrutura existente, redesenhando-a sem perder de vista a identidade do edifício e do local em que este se insere. Da mesma forma, quando um arquiteto paisagista desenha um jardim deve partir do que lá existe, sobretudo quando o que lá existe são árvores com dezenas de anos, que têm valor enquanto seres vivos e enquanto paisagem que define o local e aqueles que o frequentam e se identificam com o mesmo. Isto é do mais elementar...Mas, pelos vistos, para alguns egos não é!
Um arquiteto paisagista que assina um projeto de requalificação de um espaço verde, condenando à morte dezenas de árvores saudáveis é alguém que não compreende o valor da árvore. Mesmo que a seguir, o que apenas reforça a sua ignorância, mande plantar o dobro das que mandou cortar.
Poderá até ter a licenciatura, tirada na melhor das universidades, com o maior dos louvores, mas, na prática, uma pessoa que destrói a paisagem não pode ser um arquiteto paisagista. Será, quando muito, um destruidor da alegria!
"O homem que é insensível ou indiferente à poesia, à música ou à pintura é um homem ensurdecido no seu ser e diminuído na sua existência. Um homem mutilado, anormal e temível. É o destruidor da alegria".
Sophia de Mello Breyner Andresen
Como arquitecta paisagista faz-me muita confusão o abate de árvores em geral, tirando quando é necessário por questões fittossanitárias ou por qualquer razão de força maior, infelizmente em Lisboa estão a ser derrubadas árvores demais e sem motivo aparente, veja-se o exemplo que mostra da Ribeira das Naus e o Campo Grande, obrigado pela partilha
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