terça-feira, 30 de outubro de 2007

Favo de ternura

[1] FAVO

Seja a palavra
um favo
de ternura

tu
uma abelha

eu
o poema e o mel.

(...)

[4] PARÁBOLA

Cheiras a terra.

Por vezes acordo em ti
estremunhado como uma semente.
Cresço então - a sangrar -.
Revejo-te e não sei o que serei:
- rosa, madressilva, medronho?
Não importa. Cheiras a terra
e fazes-me crescer.

João Manuel Ribeiro * "Regras do mel e da flor" 2002 »

Às vezes, estamos tão distraídos que deixamo-nos apanhar pelas palavras, uma vez apanhados, atentos.... Temos de deixar que elas nos toquem ou então tudo será em vão.
É o que me acontece com as palavras e os nomes (ai os nomes!) que este poeta nos dá .

1 comentário:

Anónimo disse...

E as saudades que so passam depois de 10 copos de medronho, apos cair redondo no chao
Beijos do ZP